O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou, nesta segunda-feira (29), a importância da participação feminina na democracia brasileira durante a abertura da 5ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres (CNPM), em Brasília.
O evento reúne mais de 4 mil mulheres de todas as regiões do país e marca a retomada da principal instância de participação social voltada para a igualdade de gênero.
“Avançamos muito, mas ainda há muito a ser conquistado. Esta conferência é também um grito contra o silêncio. Um grito pela liberdade das mulheres falarem o que quiserem, quando quiserem e onde quiserem. Não há democracia plena sem a voz das mulheres. De todas as mulheres. Pretas, brancas, indígenas, do campo e da cidade”, afirmou Lula.
O presidente citou ações de seu governo voltadas às mulheres, como o Programa de Dignidade Menstrual, a Lei de Igualdade Salarial e a criação do Ministério das Mulheres. Ele também ressaltou a prioridade feminina nos programas sociais:
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84% dos beneficiários do Bolsa Família;
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63% do público do Farmácia Popular;
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85% dos contemplados do Minha Casa, Minha Vida;
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65% dos bolsistas do Prouni;
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59% das matrículas no ensino superior.
Reconstrução democrática
Com o tema “Mais Democracia, Mais Igualdade, Mais Conquistas para Todas”, a conferência retorna após quase dez anos, organizada pelo Ministério das Mulheres e pelo Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM).
A última edição havia ocorrido em 2016, no governo Dilma Rousseff.
Segundo Lula, a eficácia das políticas para mulheres depende da cooperação entre União, estados e municípios: “Somente com pluralidade e transversalidade seremos capazes de construir políticas públicas que respeitem todas as formas de viver e existir”.
A ministra das Mulheres, Márcia Lopes, celebrou o encontro como resultado da resistência e da mobilização social: “Tentaram nos calar, mas não conseguiram. Essa Conferência é a realização de um sonho coletivo que percorreu todo o Brasil”.
Ela reforçou o caráter transformador da conferência: “Desde a última, em 2016, enfrentamos anos de retrocessos, mas resistimos. E dessa resistência brotou ainda mais força”.
A ex-presidenta Dilma Rousseff, hoje à frente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), também enviou mensagem ao encontro: “Esta Conferência é mais do que um espaço de debate, é a expressão viva da democracia participativa. As mulheres brasileiras movem a economia, sustentam a democracia e garantem que as conquistas sociais cheguem a cada família