O Festival da Primavera chega ao seu último final de semana com uma programação que une história, música e teatro. Entre os destaques, está o espetáculo “Anjo Preto de Branco”, que estará em cartaz no sábado (27), às 16h, e no domingo (28), às 10h, no Mafro – Museu Afro-Brasileiro, localizado no prédio da Faculdade de Medicina, no Terreiro de Jesus. O espetáculo, dirigido por Leno Sacramento, narra a história do professor Juliano Moreira, considerado o pai da psiquiatria brasileira.
“Juliano foi uma criança preta de 14 anos quando ingressou na Faculdade de Medicina e, mesmo em meio ao racismo da época, foi considerado um gênio que revolucionou os protocolos de cuidados no tratamento de doenças mentais para pessoas negras no Brasil”, destaca o diretor.
O público também poderá conferir o show “Lama Preta”, do cantor e compositor Rafique Nasser, que nesta quinta-feira (25), a partir das 20h, na Casa Rosa, no Rio Vermelho. O repertório traz canções autorais e releituras de músicas da cultura popular, em homenagem aos trabalhadores das águas e dos manguezais da Bahia. A apresentação faz parte do projeto “Quinta da Casa”. Os ingressos custam R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia), e podem ser adquiridos através da plataforma Sympla.
Em cartaz de sexta (26) a domingo (28), no Teatro Gregório de Mattos, na Praça Castro Alves, o espetáculo “O Erê” volta a ser encenado em Salvador como parte das celebrações pelos 35 anos do Bando de Teatro Olodum. Criada como um libelo em favor das vidas negras, contra o racismo e a violência contra a população negra, a peça foi concebida por Lázaro Ramos e ganhou uma releitura dirigido por José Carlos Arandiba, mais conhecido como Zebrinha, e Cássia Valle. As sessões acontecem na sexta e sábado, às 19h, e no domingo, às 18h. Ainda há ingressos disponíveis para o sábado e domingo, nos valores de R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia).
“É uma celebração histórica da companhia, sua memória, seu repertório e seu legado nas artes negras em Salvador. O espetáculo é um manifesto de denúncia do racismo, da violência contra pessoas negras, sobretudo jovens, e uma afirmação de que vidas negras são sagradas. Não é só arte, mas resistência”, afirma Cássia.
Já o espetáculo “Chame Gente”, por sua vez, estará em cartaz no domingo (28), a partir das 17h, no Espaço Cultural da Barroquinha, contando a história de dois amigos que começam o Carnaval na quinta e vão até a Quarta-Feira de Cinzas. Segundo o ator Danilo Cairo, que integra o elenco ao lado de Leandro Santolli, a obra presta uma homenagem aos 40 anos da axé music e aos 75 anos do trio elétrico.
“O ‘Chame Gente’ é um Carnaval em cada esquina, é um espetáculo feito por nós, que somos carnavalescos apaixonados e resolvemos colocar no palco do teatro histórias sobre o nosso Carnaval. É uma grande festa, uma grande comédia, onde a gente brinca e se emociona, porque as pessoas riem, elas choram de rir e também se emocionam com tantas coisas que acontecem com a gente durante os sete dias de carnaval”, afirma o artista.