O presidente Luiz Inácio Lula da Silva abrirá, às 10h desta terça-feira (23), a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York. Como já é tradição, o líder brasileiro será o primeiro chefe de Estado a discursar, seguido pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, representante do país anfitrião.
A tradição começou em 1955, quando o Brasil passou a ocupar oficialmente o posto de primeiro orador da Assembleia Geral. O evento reúne anualmente os líderes e autoridades dos 193 Estados-membros da ONU para o chamado Debate Geral, que dura seis dias.
Por que o Brasil fala primeiro?
Existem várias teorias que explicam a origem da tradição. Uma delas diz que o Brasil teria recebido o posto como uma espécie de “prêmio de consolação” por não integrar o Conselho de Segurança.
Outra hipótese é que, durante a Guerra Fria, o Brasil foi considerado um país neutro, o que ajudou a evitar tensões entre Estados Unidos e União Soviética.
Mas a explicação mais aceita é a de que, nos primeiros encontros, quando nenhum país queria ser o primeiro a falar, o Brasil sempre se oferecia. Com o tempo, esse gesto se transformou em tradição.
“Em tempos muito antigos, quando ninguém queria falar primeiro, o Brasil sempre se oferecia. E assim ganhou o direito de falar primeiro na Assembleia Geral”, explicou em 2010 Desmond Parker, chefe de protocolo da ONU, em entrevista à rádio NPR.
Exceções
Desde 1955, apenas em raras ocasiões o Brasil não foi o primeiro a discursar. Isso aconteceu em:
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1983 e 1984: os Estados Unidos falaram primeiro;
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2016: o Chade discursou em segundo lugar, por causa do atraso do presidente norte-americano;
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2018: o Equador falou em segundo, também devido ao atraso de Donald Trump.
Ordem dos discursos
Após a abertura feita pelo presidente da Assembleia Geral, a sequência é:
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Secretário-geral da ONU (atualmente, António Guterres);
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Presidente da Assembleia Geral;
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Brasil;
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Estados Unidos (como país anfitrião).
Depois disso, a ordem segue a hierarquia dos representantes e a disponibilidade das delegações. Chefes de Estado falam antes de vice-presidentes, príncipes herdeiros, chefes de governo, ministros e diplomatas.
Embora haja um limite de tempo sugerido de 15 minutos por discurso, líderes muitas vezes ultrapassam a marca.