Sete em cada dez estudantes brasileiros do ensino médio já recorrem a ferramentas de inteligência artificial (IA) generativa, como ChatGPT e Gemini, para realizar pesquisas escolares. O dado é da 15ª edição da pesquisa TIC Educação, divulgada nesta terça-feira (16) pelo Cetic.br, do NIC.br.
Segundo o levantamento, 70% dos alunos do ensino médio utilizam IA em seus trabalhos. No ensino fundamental, o índice é menor: 39% entre os anos finais e 37% na média geral.
Apesar do crescimento no uso da IA, apenas 32% dos alunos disseram ter recebido alguma orientação sobre como utilizar a tecnologia em sala de aula. Ainda assim, 40% dos gestores afirmaram que já discutem regras específicas para IA em reuniões com professores e pais, ao lado das normas sobre celulares.
Conectividade
A pesquisa mostra que a presença de celulares nas escolas está cada vez mais restrita. Em 2023, 28% das instituições proibiam o uso. Em 2024, esse número subiu para 39%. A mudança coincide com a promulgação da Lei 15.100, de janeiro deste ano, que limitou o uso de dispositivos móveis em ambientes escolares.
Quase todas as escolas brasileiras (96%) já possuem internet, com destaque para o avanço em instituições municipais (de 71% em 2020 para 94% em 2024) e rurais (de 52% para 89%).
Apesar disso, persistem desigualdades: enquanto 67% dos alunos da rede estadual usam internet em atividades escolares, nas municipais a proporção é de apenas 27%.
Outro desafio é o acesso a equipamentos. Nas escolas rurais, a presença de ao menos um computador para uso dos alunos caiu de 46% em 2022 para 33% em 2024.
O estudo também revelou uma queda na formação de docentes em tecnologia digital. Em 2021, 65% dos professores afirmavam ter participado de cursos; em 2024, esse número caiu para 54%. Entre os professores da rede municipal, o índice despencou de 62% para 43%.