‘Câncer do 11 de Setembro’: 48 mil sobreviventes e socorristas já foram diagnosticados nos EUA

‘Câncer do 11 de Setembro’: 48 mil sobreviventes e socorristas já foram diagnosticados nos EUA

Redação Alô Alô Bahia

redacao@aloalobahia.com

Redação Alô Alô Bahia com informações do g1

New York Times

Publicado em 11/09/2025 às 11:59 / Leia em 3 minutos

Mais de 20 anos após os atentados de 11 de setembro de 2001, o impacto da tragédia segue aparecendo em forma de doença. Dados divulgados em junho deste ano pelo World Trade Center Health Program mostram que 48,5 mil pessoas já foram diagnosticadas com câncer relacionado ao ataque, entre sobreviventes civis e equipes de resgate que atuaram nos escombros.

O número inclui bombeiros, policiais, voluntários, vizinhos e trabalhadores do entorno do World Trade Center. Todos eles estiveram expostos à nuvem tóxica gerada pelo colapso das torres, uma mistura de cimento, asbestos, fumaça e combustíveis queimados que continha centenas de substâncias químicas nocivas.

Segundo o oncologista Stephen Stefani, da Oncoclínicas e da Americas Health Foundation, essas exposições deixaram sequelas que se manifestaram anos depois. “Cada célula do corpo se duplica milhões de vezes ao longo da vida. Em condições normais, o organismo corrige ou elimina essas falhas. Mas, quando a pessoa é exposta a agentes como asbestos, benzeno, sílica e chumbo, esses mecanismos de defesa ficam comprometidos. O resultado é uma reprodução celular desorganizada, com mutações que escapam ao controle e aumentam a chance de surgirem tumores”, explica.

Do total de diagnósticos, 24,6 mil correspondem a socorristas, incluindo bombeiros, policiais e trabalhadores da limpeza, e 23,9 mil a sobreviventes civis. Atualmente, 65% dos inscritos no programa de saúde apresentam pelo menos uma condição reconhecida como relacionada ao 11 de setembro. “Há mais vítimas do 11 de setembro depois do 11 de setembro do que no próprio dia”, resume Stefani.

Tipos de câncer mais comuns

Os tumores mais frequentes entre os participantes do programa são Câncer de pele não melanoma (15,5 mil casos), Próstata (10,9 mil casos), Mama feminina (4 mil casos), Melanoma de pele (3,2 mil casos), Linfoma (2,1 mil casos), Tireoide (2,1 mil casos), e Pulmão e brônquios (1,6 mil casos). Somente no último ano, 9,4 mil novos diagnósticos foram reconhecidos pelo programa.

Programa de saúde garantido até 2090

Criado em 2011, o James Zadroga 9/11 Health and Compensation Act assegura o funcionamento do programa de saúde até 2090, oferecendo atendimento gratuito, monitoramento contínuo e financiamento de pesquisas. “Esse não foi apenas um trauma coletivo imediato. É também uma tragédia silenciosa, que se prolonga no corpo de quem sobreviveu ou foi ajudar”, afirma Stefani.

Além do câncer, o relatório do WTC Health Program aponta outros impactos à saúde, como rinossinusite crônica (41 mil pessoas diagnosticadas), refluxo gastroesofágico (38 mil), asma (22,5 mil) e transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) (17 mil diagnosticados).

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