Bolsonaro é condenado: saiba se o ex-presidente ainda pode recorrer

Bolsonaro é condenado: saiba se o ex-presidente ainda pode recorrer

Redação Alô Alô Bahia

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Lula Marques/Agência Brasil

Publicado em 11/09/2025 às 18:02 / Leia em 3 minutos

O julgamento da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a tentativa de golpe de Estado envolvendo Jair Bolsonaro ainda não representa o fim da ação penal contra o ex-presidente. Mesmo após a maioria do colegiado votar pela condenação por cinco crimes, a defesa ainda pode apresentar recursos — embora as possibilidades sejam limitadas.

Quais recursos ainda são possíveis?

Entre as alternativas está o embargo infringente, recurso que permite um novo julgamento, desta vez no plenário do STF (composto por 11 ministros). No entanto, esse tipo de recurso só é aceito se dois ou mais ministros da turma votarem pela absolvição — algo que, até o momento, não ocorreu. Apenas o ministro Luiz Fux votou a favor de Bolsonaro.

Outros recursos, como os embargos de declaração, podem ser apresentados para apontar omissões ou contradições no julgamento. Contudo, esses embargos dificilmente alteram a decisão e, na prática, costumam apenas adiar o trânsito em julgado — ou seja, a conclusão definitiva do processo.

A defesa também pode tentar recorrer por meio de habeas corpus, caso alegue ilegalidade ou abuso de poder. No entanto, o STF tem sido rígido ao não aceitar o uso do habeas corpus como forma de reverter decisões já tomadas em julgamento.

Últimos recursos: revisão criminal e cortes internacionais

Após esgotadas todas as instâncias, a defesa pode tentar uma revisão criminal, possível apenas em casos de erro judicial, apresentação de novas provas ou injustiça evidente — o que é considerado improvável por especialistas.

Há ainda a possibilidade de recorrer a órgãos internacionais, como a Corte Interamericana de Direitos Humanos, alegando violações ao devido processo legal. Embora essa medida não reverta automaticamente a condenação no Brasil, pode gerar pressão diplomática e responsabilização do Estado brasileiro.

O que diz a defesa?

O advogado Paulo Bueno, responsável pela defesa de Bolsonaro, afirmou nesta quinta-feira (11) que o voto de Fux “pavimenta o caminho para cortes internacionais”, ao levantar temas como cerceamento de defesa e possíveis violações de direitos humanos.

“Com certeza isso pavimenta ações nas Cortes Internacionais. São teses importantíssimas que tratam da violação a direitos humanos”, declarou o advogado.

Os crimes pelos quais Bolsonaro é acusado:

  • Organização criminosa armada
  • Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito
  • Golpe de Estado
  • Dano qualificado contra patrimônio da União
  • Deterioração de patrimônio tombado

Bolsonaro nega as acusações e afirma que não participou de nenhuma tentativa de ruptura democrática. Durante depoimento ao STF, admitiu ter discutido “alternativas” após a derrota nas eleições de 2022, mas declarou que não houve clima nem base sólida para levar adiante qualquer ação golpista.

 

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