Jovem cientista baiana transforma resíduos em placas para construção civil

Jovem cientista baiana transforma resíduos em placas para construção civil

Redação Alô Alô Bahia

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Divulgação

Publicado em 08/09/2025 às 12:49 / Leia em 3 minutos

A estudante Maria Luiza Dantas, do Colégio Estadual da Bahia (Central), em Salvador, desenvolveu um projeto inovador e sustentável no Clube de Ciências Orbitz: uma placa para construção civil feita a partir de resíduos de papel, fibra de coco verde e uma pequena quantidade de gesso. A proposta busca reduzir o impacto ambiental da produção de gesso no bioma da Caatinga, onde a vegetação nativa está cada vez mais ameaçada.

Segundo dados do MapBiomas, restam apenas 57% da vegetação nativa preservada na Caatinga. A produção de gesso, concentrada no Nordeste, utiliza intensamente a madeira do bioma como combustível para os fornos industriais. A ideia de Maria Luiza, orientada pelas professoras Fernanda Pereira e Valéria Danielly, é justamente oferecer uma alternativa mais ecológica e de baixo custo.

“Eu queria algo que fosse, ao mesmo tempo, sustentável e moldável. A melhor fórmula que encontrei foi utilizando resíduos de papel, fibra de coco e uma pequena quantidade de gesso. Percebi, então, que consegui um material sustentável, moldável e com uma durabilidade interessante”, explica a jovem cientista.

Economia circular e conforto térmico

A iniciativa tem como base os conceitos de economia circular e economia azul, utilizando resíduos disponíveis nas redondezas da escola e promovendo a reutilização de materiais que iriam para o lixo.

“Além de reduzir os custos da construção civil, as placas também contribuem para o conforto térmico dos ambientes, podendo ser aplicadas em forros e divisórias”, destaca Maria Luiza. O uso da fibra de coco, diretamente ligada à cultura oceânica e ao consumo de água de coco, também insere o projeto no contexto da economia azul.

Educação que ultrapassa os muros da escola

Para a professora Fernanda Pereira, a transformação de Maria Luiza em pesquisadora é reflexo do poder da ciência na educação. “É muito fácil pegarmos aluno pronto, mas quando ajudamos a construir esse perfil, é um orgulho.”

Já a orientadora Valéria Danielly ressalta a importância da conexão entre ciência e comunidade. “A comunidade escolar não é só estudante, não é só escola, ela ultrapassa os muros. Precisamos que todo esse conhecimento científico transborde todas as barreiras, sejam físicas ou mentais.”

Bahia Faz Ciência

O projeto integra a iniciativa Bahia Faz Ciência, da Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), que desde 2019 divulga semanalmente histórias de cientistas e pesquisadores baianos que desenvolvem soluções inovadoras em áreas como saúde, educação, meio ambiente e segurança.

Sugestões de pauta para a série podem ser enviadas para o e-mail: ascom@secti.ba.gov.br.

 

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