O Dia do Sexo, celebrado no próximo dia 6 de setembro, chega em meio a uma realidade que muitos não esperavam: as pessoas estão fazendo menos sexo. Pesquisas recentes mostram que um em cada três homens e quase metade das mulheres relatam insatisfação com o próprio desejo sexual.
O assunto será tema do programa Saia Justa, desta quarta-feira (4), mas também tem gerado reflexões nas redes e entre especialistas. O Gshow ouviu a psicóloga e sexóloga Michelle Sampaio, diretora da Associação Brasileira de Estudos em Medicina e Saúde Sexual, que explicou os motivos por trás da queda no desejo sexual.
“A libido não é exclusivamente erótica, é uma energia vital. Com a correria do dia a dia, o desejo acaba sendo deslocado para outras áreas da vida. Isso impacta diretamente na frequência sexual”, afirma Michelle.
Ela também aponta que o estilo de vida moderno, o uso excessivo de tecnologia e mudanças culturais, principalmente entre os mais jovens, têm diluído o desejo sexual.
“A geração Z, por exemplo, já é conhecida por ter menos interesse em sexo. Eles encontram fontes de prazer em telas — seja por relações virtuais ou pelo consumo de pornografia”, completa.
Além disso, relacionamentos longos podem apresentar uma queda no desejo espontâneo, principalmente pela rotina e ausência da fase de conquista.
Michelle também alerta sobre a hipersexualização da sociedade, que muitas vezes gera pressão para ter uma vida sexual ativa, o que pode ser prejudicial.
“Ser sexualmente livre é entender como a sexualidade funciona para você — e não seguir um padrão. Mas a pressão para ‘performar’ pode se tornar muito rápida”, diz.
Quando se preocupar com a queda da libido?
Segundo a especialista, nem toda diminuição do desejo é motivo de preocupação. “Trocar sexo por descanso, por exemplo, é normal. Mas o sinal de alerta é quando há uma mudança brusca na rotina sexual e isso passa a causar incômodo ou frustração”, explica.
Como melhorar o desejo sexual?
Michelle recomenda reconexão com a própria sexualidade, por meio de leituras, estímulos sensoriais e fantasias. Para casais, ela sugere atitudes simples como brincadeiras, provocações e reconexão afetiva, que podem reacender o desejo e tornar a vida sexual mais frequente e prazerosa.