O segundo dia do julgamento do chamado núcleo crucial da trama golpista começou na manhã desta quarta-feira (3) na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). A sessão ouviu a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de mais três aliados, enquanto o ex-presidente permanece em prisão domiciliar em Brasília.
O advogado de Bolsonaro, Celso Vilardi, afirmou que não há provas que envolvam o ex-presidente na investigação sobre a tentativa de golpe. “Não há uma única prova que atrele o presidente ao Punhal Verde-amarelo, à Operação Luneta ou ao 8 de Janeiro”, disse. A defesa destacou que Bolsonaro não pode ser enquadrado nos cinco crimes atribuídos aos réus: golpe de estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado, que somam 43 anos de prisão.
Bolsonaro não compareceu à sessão. Entre os réus, o ex-ministro Walter Braga Netto permanece preso na primeira divisão do Exército no Rio de Janeiro, acusado de atrapalhar investigações da Polícia Federal. A defesa contestou as acusações, classificando como “delação mentirosa de Mauro Cid” o principal elemento apresentado contra Braga Netto.
As defesas dos ex-ministros Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira também tentaram descolar seus clientes de Bolsonaro, buscando reduzir a ligação deles com o núcleo da trama.
O julgamento será retomado na próxima terça-feira (9), com sessões pela manhã e à tarde, e seguirá na quarta-feira (10) e, se necessário, na sexta-feira (12). Após a análise dos fatos, os ministros darão seus votos: começando por Alexandre de Moraes, relator da ação penal, seguidos por Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.