Um projeto inovador desenvolvido por um estudante do Colégio Central da Bahia está chamando atenção pela criatividade e impacto ambiental positivo. Guilherme de Jesus, orientado pelas professoras Fernanda Pereira e Valéria Danielly Bezerra, criou um tipo de revestimento para casas utilizando resíduos marinhos como conchas, lambretas e cascas de caranguejo – materiais comuns no descarte irregular em áreas litorâneas.
Morador da Mouraria, tradicional bairro de Salvador conhecido pela culinária à base de frutos do mar, Guilherme se inspirou no descarte inadequado desses resíduos para desenvolver uma solução alinhada à economia circular e à chamada economia azul. “Salvador sofre com os efeitos da maresia nas construções. Pensamos em como esses resíduos poderiam melhorar a estrutura e a estética das casas, especialmente nas periferias”, explica o jovem cientista.
Os testes iniciais com as placas produzidas têm demonstrado bons resultados em resistência e absorção de água. “Estamos conseguindo reaproveitar resíduos orgânicos que seriam descartados, e isso torna o projeto ainda mais relevante para a realidade local”, afirma Guilherme.
A orientadora Valéria Danielly reforça a importância de incentivar os estudantes a observarem os problemas da própria comunidade e buscarem soluções práticas. “Quando conseguimos olhar para o entorno e propor algo que tenha impacto real, damos um passo importante para questões maiores, como sustentabilidade e eficiência energética”, destaca.
O projeto integra o Clube de Ciências Orbitz e conta com apoio da Secretaria da Educação da Bahia (SEC). A iniciativa também faz parte do programa Bahia Faz Ciência, da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), que divulga semanalmente ações de pesquisadores baianos voltadas para melhorias na saúde, educação, segurança e qualidade de vida da população.