O avanço da inteligência artificial está transformando a forma como as pessoas pesquisam e isso tem preocupado, e muito, as empresas de mídia. A chegada dos novos recursos de AI do Google ao Reino Unido, no fim de julho, acendeu o alerta para o chamado “Google Zero”, cenário em que usuários deixam de clicar em links e passam a consumir apenas os resumos gerados pela própria plataforma.
O movimento já mostra sinais concretos. Segundo estudo da Enders e da PPA, metade das editoras relatou queda no tráfego vindo do Google nos últimos 12 meses. Além disso, quatro em cada cinco usuários fazem “buscas de clique zero” em pelo menos 40% das vezes, ou seja, recebem a resposta direto no buscador e não chegam à fonte original.
O Google defende o modelo dizendo que os cliques gerados via AI Overviews são de “maior qualidade”. Para os grupos de mídia, porém, a conta é simples: cada clique perdido significa menos receita publicitária e mais ameaça a um modelo de negócios já pressionado pela era digital.
O embate também chegou ao Brasil. A Folha de S.Paulo processou a OpenAI, alegando concorrência desleal e uso indevido de seu conteúdo, inclusive de reportagens pagas, para treinar modelos e entregar resumos sem remuneração.