Considerada uma das artistas mais autênticas de sua geração, a atriz e cantora Clara Buarque é a estrela da capa da 69ª edição da Revista Cidade Jardim. Aos 26 anos, a neta do cantor e compositor Chico Buarque e da atriz Marieta Severo abriu o coração ao falar com franqueza sobre carreira, identidade artística, família e o sonho da maternidade.
Filha do cantor, compositor e multi-instrumentista baiano Carlinhos Brown e da pedagoga Helena Buarque, Clara cresceu entre Salvador e Rio de Janeiro, e foi no palco, sobretudo na música, que encontrou sua forma de expressão. Hoje, divide-se entre a atuação — com trabalhos no cinema, na TV e no streaming — e a música, sua maior paixão. “Não quero que me coloquem em caixinhas. Sou uma jovem artista em construção e estou aberta ao que a vida me apresentar”, diz a jovem, que admite ainda que, até pouco tempo, não cogitava a carreira artística: “Nunca. Fugia. Queria o anonimato. Mas quando me mudei para o Rio e acompanhei minha avó nas gravações de A Grande Família, algo mudou. Só recentemente me assumi como artista.”
Quando o assunto é família, Clara define a avó Marieta Severo como sua “melhor amiga”, figura central em sua rotina no Rio de Janeiro. “Ela mora a três minutos da minha casa, então é a pessoa com quem mais convivo e converso. Minha vó é o amor da minha vida ”, afirma. Já a relação com o avô Chico Buarque marcou sua trajetória artística: o dueto entre os dois, incluído na trilha sonora da novela Segundo Sol, foi um divisor de águas em sua carreira.
Apesar do orgulho que sente de carregar um dos sobrenomes mais emblemáticos da cultura brasileira, Clara admite que a relação com essa herança nem sempre foi simples. “Até hoje, na verdade, estou entendendo. Quando pequena, negava. Tinha vergonha. Não queria que soubessem. Sentia que estavam tirando uma parte de mim. Como se meu pai não fosse só meu pai, mas o cara que ele é para as outras pessoas. Não queria que meu avô fosse às apresentações na escola”, relembra. Foi dessa vivência, marcada pela invasão de privacidade, que surgiu a maturidade que a artista leva para a vida adulta. Hoje, no entanto, Clara reconhece esse legado como parte essencial de quem é e transforma a herança familiar em fonte de inspiração e orgulho.
Por fim, Clara também comenta sobre seus planos para o futuro na vida pessoal. “Quero ser mãe antes dos 30. Já escolhi os nomes: Benjamim, Aurora e Antônio. Mas, acima de tudo, quero seguir aberta ao que a vida me trouxer”, afirma.
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