Brasil inicia mapeamento de cavernas com registros rupestres e sepultamentos milenares

Brasil inicia mapeamento de cavernas com registros rupestres e sepultamentos milenares

Redação Alô Alô Bahia

redacao@aloalobahia.com

Tiago Mascarenhas

Darcy Santos

Publicado em 27/08/2025 às 08:37 / Leia em 2 minutos

O Governo Federal dará início a um mapeamento nacional de cavernas brasileiras com relevância histórica, cultural e religiosa.

A iniciativa integra o Plano de Ação Nacional para Conservação do Patrimônio Espeleológico (PAN Cavernas do Brasil) e será conduzida pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), por meio do Centro Nacional de Arqueologia (CNA), em parceria com o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas (ICMBio/Cecav).

Ainda em fase piloto, o projeto já reúne dados preliminares sobre cavidades naturais em Goiás, que apresentam pinturas rupestres e sepultamentos humanos de aproximadamente 12 mil anos.

Para organizar a execução da ação, será criado um Grupo de Trabalho coordenado pelo CNA/Iphan, com representantes das cinco regiões do país. As atividades estão previstas para começar no início de setembro e contarão com a participação de dez servidores do Iphan e dois do ICMBio.

Nessa primeira etapa, o mapeamento será realizado a partir do cruzamento de bancos de dados e informações já existentes sobre sítios arqueológicos e cavidades naturais. Em seguida, será feito um estudo de caso piloto, em local ainda não definido, que servirá para avaliar os protocolos e diretrizes estabelecidos pelo grupo.

Em nota, arqueólogo do Iphan e articulador da ação, Danilo Curado, destacou que o Brasil abriga cavernas de grande valor arqueológico, como as do Parque Nacional da Serra da Capivara (PI), da Serra do Ramalho (BA), do Parque Nacional Cavernas do Peruaçu (MG), além das localizadas no Vale do Ribeira (SP) e em Serranópolis (GO).

Ele alertou que esses espaços sofrem pressões constantes de atividades como vandalismo, turismo desordenado, mineração e disputas fundiárias, o que torna urgente a sua preservação.

Segundo Curado, a iniciativa terá dois produtos principais: um manual de boas práticas e um fluxograma técnico. O manual trará orientações para visitas responsáveis a cavernas com sítios arqueológicos, voltadas a turistas, guias, prefeituras e comunidades.

Já o fluxograma será utilizado para melhorar a avaliação pública desses espaços, criando um procedimento conjunto entre Iphan e ICMBio para definir o grau de relevância histórico-cultural de cada cavidade, sempre com base em pareceres arqueológicos.

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