A BigDataCorp divulgou o estudo “Mapa da Popularidade dos Nomes Brasileiros”, que analisa a evolução e as tendências dos nomes no país. Além do levantamento, foi lançada uma plataforma interativa que permite consultar a popularidade de qualquer nome ao longo dos anos.
Entre 1900 e 2024, foram registrados 2.146.890 nomes diferentes no Brasil. Apesar da variedade, o levantamento mostra forte concentração: apenas 45.529 (2,1%) foram usados por mais de 100 pessoas e menos de 10 mil (0,4%) ultrapassaram a marca de 1.000 registros.
Cultura e entretenimento como influência
O estudo aponta que música, televisão e cinema tiveram impacto direto na escolha de nomes ao longo das décadas. Em 1980, Fábio ganhou destaque após a ascensão de Fábio Jr. na TV e na música. Em 1989, Camila cresceu em popularidade com o sucesso da canção “Camila, Camila”, da banda Nenhum de Nós, enquanto Cássia acompanhou o início da carreira de Cássia Eller. Já nos anos 2000, Sandy foi impulsionado pela projeção da dupla Sandy & Junior.
A cultura internacional também deixou marcas. Entre 2016 e 2023, Hermione se espalhou entre famílias que cresceram acompanhando Harry Potter. O mesmo ocorreu com Moana, que atingiu o auge em 2020, após o lançamento da animação da Disney em 2016.
“A maneira como os nomes ganham popularidade no Brasil mostra o quanto somos impactados pela cultura que consumimos. Quando um artista estoura ou um personagem conquista o público, isso se reflete nos registros de nascimento”, afirmou Thoran Rodrigues, CEO da BigDataCorp.
Da expansão à retração da criatividade
O levantamento mostra que até 1962 apenas 26,3% dos nomes únicos haviam surgido. Mais da metade foi introduzida ou popularizada depois de 1980. O período de maior diversidade ocorreu entre 1977 e 1996, com destaque para 1988, quando aproximadamente 40 mil novos nomes foram registrados — o equivalente a 25,23% do total de nomes únicos daquele ano.
Após esse pico, a criação de novos nomes entrou em declínio. Em 2024, o percentual de registros inéditos foi de 7,06%.
“O estudo revela um boom de criatividade, especialmente entre o final dos anos 70 e meados dos anos 90. Contudo, essa efervescência parece ter arrefecido”, disse Rodrigues.
Confira os 20 nomes mais comuns da história do Brasil:
Tendência de estabilidade
Para medir mudanças na composição dos nomes ao longo dos anos, o estudo utilizou a distância de Jensen-Shannon, indicador que avalia a similaridade entre distribuições. O índice permaneceu baixo em toda a série histórica, sugerindo que o núcleo dos nomes mais populares sofre alterações graduais. Em 2024, a distância registrada foi de 0.1432.
“A distância de Jensen-Shannon, consistentemente baixa ao longo dos anos, mostra que, embora surjam novos nomes, o núcleo da popularidade muda de forma gradual. Isso aponta para uma maior volatilidade na cauda longa dos nomes, mas uma base estável nos mais populares”, explicou o CEO.