Estudante baiana cria papel à base de coco verde para ser usado em hotéis

Estudante baiana cria papel à base de coco verde para ser usado em hotéis

Redação Alô Alô Bahia

redacao@aloalobahia.com

Antonio Dilson Neto

Gabriel Pinheiro/Secti BA

Publicado em 25/08/2025 às 10:41 / Leia em 2 minutos

Os resíduos sólidos respondem por até 4% das emissões de gases de efeito estufa no Brasil, segundo a Associação Internacional de Resíduos Sólidos (ISWA). Pensando em reduzir esse impacto, a estudante Camille Santana, do Colégio Estadual da Bahia (Central), em Salvador, desenvolveu um papel reciclado a partir da combinação de papel usado e coco verde.

O material foi pensado especialmente para o setor hoteleiro.

A ideia surgiu da observação do descarte inadequado desses resíduos na região da escola. Com orientação das professoras Fernanda Pereira e Valéria Danielly, Camille uniu duas áreas em que atua: a pesquisa científica no Clube de Ciências Orbitz e a formação técnica em Hospedagem.

“Queríamos encontrar uma alternativa de baixo custo e sustentável para reaproveitar dois resíduos muito comuns: o coco verde, que costuma ser descartado incorretamente, e o papel industrial, que consome recursos naturais e contribui para o desmatamento”, explicou a estudante.

Por cursar também o técnico em Hospedagem, Camille decidiu aplicar o projeto, batizado de E-Papel, à realidade dos hotéis. A proposta é que o material possa ser usado em placas de ‘não perturbe’, avisos de arrumação, registros de hóspedes e outros itens de uso cotidiano em estabelecimentos turísticos.

“Hoje em dia, muitos hotéis priorizam a sustentabilidade. Esse papel pode ser incorporado de forma prática nesse contexto”, destaca a jovem pesquisadora.

Resultados

Segundo Camille, os testes realizados mostraram que o E-Papel apresenta boa qualidade, permitindo impressão, escrita confortável, resistência e gramatura adequada. “É um papel macio para escrever, com boa durabilidade, e cortamos no tamanho A4 para facilitar o uso”, contou.

A orientadora Fernanda Pereira ressaltou a importância de o projeto ultrapassar a sala de aula. “O essencial é que esses alunos reflitam e se tornem multiplicadores em outros espaços. Que sejam propagadores da economia circular, não apenas no colégio, mas também em casa, na faculdade e no trabalho”, afirmou.

O projeto conta com apoio da Secretaria da Educação da Bahia (SEC) e segue em fase de aprimoramento.

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