A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) recomendou ao Ministério da Saúde que não incorpore os medicamentos liraglutida e semaglutida, princípios ativos de agonistas GLP-1 popularmente conhecidos como canetas emagrecedoras, à rede pública de saúde.
O pedido havia sido feito pela Novo Nordisk, fabricante do Wegovy, mas foi rejeitado após avaliação de eficácia, segurança e principalmente de custo-efetividade. Segundo o ministério, o impacto financeiro estimado seria de R$ 8 bilhões por ano.
Apesar da decisão, a pasta destacou acordos entre a Fiocruz e a farmacêutica EMS para produzir liraglutida e semaglutida no Brasil, com transferência de tecnologia para Farmanguinhos. A medida, segundo o governo, amplia a oferta de medicamentos genéricos, estimula a concorrência e pode reduzir preços no futuro.
Desde junho, farmácias passaram a reter receitas médicas de canetas emagrecedoras, incluindo semaglutida, liraglutida, dulaglutida, exenatida, tirzepatida e lixisenatida. A norma foi aprovada pela Anvisa em abril, após relatos de eventos adversos ligados ao uso fora das indicações aprovadas.
Uso indiscriminado
A retenção das receitas era defendida por entidades como a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, a Sociedade Brasileira de Diabetes e a Abeso (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica).
Em nota, as instituições alertaram para o uso indiscriminado desses medicamentos, muitas vezes comprados sem prescrição adequada. Segundo o documento, a lacuna na legislação anterior facilitava a automedicação e expunha pacientes a riscos desnecessários.