Álbum inédito que reúne importantes blocos afro e afoxés de Salvador pode concorrer ao Grammy Latino; entenda

Álbum inédito que reúne importantes blocos afro e afoxés de Salvador pode concorrer ao Grammy Latino; entenda

Redação Alô Alô Bahia

redacao@aloalobahia.com

Luana Veiga

Divulgação

Publicado em 22/08/2025 às 16:10 / Leia em 3 minutos

O álbum “Mundo Afro”, que reúne alguns dos mais importantes blocos afro e afoxés de Salvador, pode figurar entre os concorrentes ao Grammy Latino. De acordo com a produtora Janela do Mundo, o disco foi inscrito em quatro categorias da competição. O resultado da seleção será divulgado em 17 de setembro e, caso aprovado, o disco seguirá para a etapa final da premiação, marcada para 13 de novembro.

Com participação do Filhos de Gandhy, Ilê Aiyê, Olodum, Malê Debalê, Muzenza, Didá e Cortejo Afro, “Mundo Afro” conta com 21 faixas e visa promover uma verdadeira celebração da cultura afro-baiana. A produção musical da obra é assinada por Alê Siqueira.

“A ideia foi produzir um disco que apresentasse um panorama do universo percussivo afro-baiano, com toda sua pluralidade, diversidade, polirritmias, porque cada bloco tem sua própria linguagem, seus toques e convenções particulares, que dão um sotaque e uma identidade poética única, mas sempre ligados às tradições matriciais africanas. Tudo isso em diálogo com a força dos cantos, também com grande influência ancestral, e com as letras profundas, que trazem poesia e reflexão”, afirma o produtor.

Para Mário Pam, mestre do Ilê Aiyê, o álbum carrega o peso simbólico dos 50 anos da criação dos blocos afro, marcados pela fundação do Ilê no bairro do Curuzu. Ele destaca que participar desse registro coletivo reforça a importância histórica e social dessas instituições. “Foi muito importante para a gente fazer parte desse projeto, que reúne uma parte importante dessas instituições, tocando percussão e cantando canções que falam sobre as questões do povo negro de Salvador”, diz.

Já o presidente do Cortejo Afro, Rogério Alves, destaca o caráter inédito do projeto e a importância de um registro coletivo que valorize o repertório das entidades. Ele acredita que o álbum pode abrir novas portas e gerar ainda mais visibilidade para a música afro de Salvador.

“Nossa expectativa é que este álbum possa gerar outras oportunidades, dando visibilidade a essa produção musical que é densa e constante; que alimenta, por exemplo, os festivais de música que existem e persistem, mobilizando compositores e artistas todos os anos”, pontua.

As gravações aconteceram na sede do Malê Debalê, em novembro de 2024, com a percussão registrada ao ar livre. Débora Souza, vice-presidente da Didá, avalia a experiência como desafiadora e enriquecedora e reforça ainda a força feminina representada no projeto. “A participação da Didá no projeto não só destacou a força e a criatividade das mulheres no cenário musical, mas também reforçou a importância da preservação e celebração das tradições culturais afro-brasileiras”, comenta.

Compartilhe

Alô Alô Bahia Newsletter

Inscreva-se grátis para receber as novidades e informações do Alô Alô Bahia