‘Não há chance de recuar’, afirma Moraes sobre ações contra Bolsonaro no STF

‘Não há chance de recuar’, afirma Moraes sobre ações contra Bolsonaro no STF

Redação Alô Alô Bahia

redacao@aloalobahia.com

Antonio Dilson Neto

Reprodução/Getty

Publicado em 18/08/2025 às 10:16 / Leia em 2 minutos

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), declarou em entrevista ao Washington Post, publicada nesta segunda-feira (18), que não pretende recuar em nenhuma decisão envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), apesar da pressão internacional e das sanções aplicadas contra ele pelos Estados Unidos com base na Lei Magnitsky.

Não há a menor chance de recuar um milímetro sequer. Faremos o que é certo: receberemos a acusação, analisaremos as evidências e quem tiver de ser condenado, será condenado. Quem tiver de ser absolvido, será absolvido”, disse Moraes ao jornal norte-americano.

O ministro é relator da ação penal que apura a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Segundo a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), o plano teria como objetivo manter Bolsonaro no poder mesmo após a derrota nas urnas.

No total, 34 pessoas foram denunciadas, e 31 já se tornaram réus no STF. Entre elas, o próprio Bolsonaro e aliados próximos. O julgamento do chamado “Núcleo 1”, que inclui o ex-presidente, está marcado para setembro.

Moraes comparou o momento político brasileiro com a experiência democrática dos Estados Unidos, que nunca enfrentaram um golpe de Estado.

“O Brasil teve vinte anos de ditadura sob Getúlio Vargas, outros vinte de ditadura militar e inúmeras tentativas de golpe. Quando você é repetidamente atacado por uma doença, você desenvolve anticorpos e busca uma vacina preventiva”, afirmou.

O ministro também destacou a legalidade da ação penal, citando que 179 testemunhas já foram ouvidas, e rebateu críticas sobre suposta concentração de poder em suas mãos no STF. “Meus pares revisaram mais de 700 decisões proferidas por mim. E sabe quantas eu perdi? Nenhuma.”

Moraes ainda criticou a atuação do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), a quem responsabilizou por disseminar “falsas narrativas” nos Estados Unidos e contribuir para a deterioração das relações entre os dois países.

Sobre as sanções impostas pelos EUA, o ministro admitiu desconforto, mas reforçou sua determinação:

“É prazeroso passar por isso? Claro que não. Mas o Brasil enfrentou forças que queriam eliminar a democracia e cabia a mim interrompê-las. Enquanto houver necessidade, a investigação continuará”.

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