O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou nesta quinta-feira (14) que não há clima político na Casa para aprovar uma anistia “ampla, geral e irrestrita” aos condenados pelos atos de 8 de janeiro, como defendem aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Segundo Motta, a proposta de perdoar integralmente todos os envolvidos não encontra apoio, especialmente para casos considerados graves.
“Não vejo ambiente para, por exemplo, anistiar quem planejou matar pessoas. Há sensibilidade em relação a quem não teve papel central e recebeu penas altas pela cumulatividade, mas uma anistia geral não deve prosperar”, disse, em entrevista à GloboNews.
O deputado sugeriu que um projeto alternativo, com revisão de penas para casos menos graves, teria mais chances de avançar entre partidos de centro.
Na semana passada, deputados da oposição mantiveram mais de 30 horas de obstrução no plenário em protesto contra a prisão domiciliar de Bolsonaro. O movimento pedia a votação da anistia e o fim do foro privilegiado.
Motta garantiu que não fez acordo para pautar projetos em troca do fim do motim.
“Não admiti jamais nenhum tipo de chantagem. Se permitirmos isso, na semana que vem outro partido vai querer o mesmo para pautar seus interesses”, afirmou.
Em resposta, o PL confirmou que continuará a obstruir votações na Câmara dentro das regras regimentais, até que seja retomada a análise da PEC do fim do foro privilegiado.