Nesta sexta-feira (15), tem início em Itaberaba, no interior da Bahia, a primeira etapa do processo de beatificação da agricultora Maria Milza dos Santos Fonseca, que pode se tornar a segunda santa baiana reconhecida pela Igreja Católica.
A cerimônia será realizada pela manhã, no Santuário Diocesano da Caridade Nossa Senhora das Graças, sob a presidência de Dom Estevam dos Santos Silva Filho, bispo da Diocese de Rui Barbosa. O evento marca oficialmente a abertura do processo na instância diocesana, com autorização do Vaticano.
Durante esta fase, serão coletados testemunhos, documentos e provas sobre a vida e virtudes de Maria Milza. Caso seja reconhecido um milagre atribuído à sua intercessão e as virtudes heroicas forem comprovadas, ela poderá ser declarada beata.
Filha caçula de 12 irmãos e nascida em 15 de agosto de 1923, no povoado de Alagoas, em Itaberaba, Maria Milza ficou conhecida por sua vida de oração, solidariedade com os mais pobres e forte espiritualidade. Seu processo será conduzido conforme as normas da Congregação para a Causa dos Santos, do Vaticano.
Quem foi Maria Milza
Maria Milza nasceu em 15 de agosto de 1923, no povoado de Alagoas, em Itaberaba. Filha caçula de 12 irmãos, viveu em um lar de agricultores e ficou conhecida pela vida de oração, solidariedade e ajuda aos mais pobres.
Dividia alimentos com famílias em situação de vulnerabilidade, visitava doentes levando remédios e conforto espiritual e alfabetizava crianças com cartilhas católicas.
A residência onde morava, conhecida como Casa de Mãezinha, hoje é um memorial e recebe devotos que relatam graças alcançadas por sua intercessão. Maria Milza morreu em 17 de dezembro de 1993.
Em fevereiro de 2025, o Vaticano autorizou o processo de beatificação, e ela passou a ser chamada de Serva de Deus.

A residência onde Maria Milza viveu, conhecida carinhosamente como a Casa de Mãezinha — Foto: Raica Beatriz/Pascom-Diocesana de Ruy Barbosa
Casa Memorial de Maria Milza
A residência onde Maria Milza morava, conhecida carinhosamente como a Casa de Mãezinha, foi, durante sua vida, um ponto de acolhimento para doentes, romeiros e pessoas em busca de conselhos e orações. Ali, muitos relatam terem encontrado conforto espiritual e ajuda material.
Segundo a Irmã Claudia Conceição, da Comissão Histórica do Santuário Diocesano da Caridade Nossa Senhora das Graças, com o tempo, a crescente manifestação de fé popular e o reconhecimento da importância de sua história, levaram à transformação da antiga casa no Memorial Maria Milza.
O imóvel se tornou um espaço que preserva a memória da antiga moradora, acolhe os devotos e testemunha a força da fé e da gratidão expressas através de objetos e mensagens.