Durante a edição 2025 do Rio Innovation Week, um dos maiores eventos de inovação da América Latina, a futurista americana Amy Webb deu o tom do que está por vir — com uma provocação direta ao Brasil: “O futuro chegou. Vocês precisam reinventá-lo. E vocês podem.”
CEO do Future Today Strategy Group e conselheira de gigantes globais, Webb abriu sua apresentação com uma mensagem em português, com voz clonada via inteligência artificial da ElevenLabs. “Eu sou Amy Webb, sua brasileira honorária favorita”, disse ela, arrancando aplausos da plateia.
Sem recorrer ao alarmismo, a especialista compartilhou apostas ousadas sobre inteligência artificial, transformações no consumo, futuro do trabalho, e o papel estratégico que o Brasil pode desempenhar nos próximos anos.
Principais destaques da palestra:
IA para o consumidor: o novo modelo AI2C
Segundo Webb, o futuro não é mais B2B ou B2C, mas AI2C (Inteligência Artificial para o consumidor). A proposta? Um sistema que entende exatamente o que o usuário deseja, cria o produto sob medida e entrega diretamente, eliminando intermediários como shoppings e varejo. “Já testei isso. Dei minhas medidas, encontrei um fabricante, ele fez tudo”, revelou.
Brasil como potência agrícola global
Webb destacou o potencial do país: “O Brasil pode e deve ser um líder global no futuro da agricultura. Vocês têm indústrias do século 19 e 20 — agora é hora de inovar.” Ela também provocou: “Vocês repetem há 100 anos que o Brasil é o país do futuro. Pois bem, o futuro chegou.”
Proposta de um ‘Ministério do Futuro’
A futurista sugeriu que o Brasil crie um órgão independente, não político, para planejar o país em longo prazo: “O trabalho não é sobre tecnologia, é sobre pessoas.”
AGI já existe?
Para Amy, já ultrapassamos marcos importantes rumo à AGI (Inteligência Artificial Geral). “Se você observar o que a DeepMind tem feito, os benchmarks já foram superados. Só não estamos chamando isso de AGI ainda.”
Marketing entre inteligências artificiais
Webb também falou sobre o conceito de Agentfluence Marketing: influenciadores digitais baseados em IA, não para humanos, mas para interagir entre si. “Imaginem 3 mil versões da Virginia Fonseca — não para falar com você, mas com outras inteligências.”
Confiança e dados
Ela defende que os profissionais parem de repetir que a IA vai “roubar empregos” e passem a analisar dados de forma realista. “Não contem histórias fáceis. Contem histórias plausíveis que levem as organizações a agir.”
