A Comissão de Infraestrutura, Desenvolvimento Econômico e Turismo da Assembleia Legislativa da Bahia recebeu, na manhã desta terça-feira (12), representantes da TIC Bahia para a apresentação do projeto privado da ferrovia que deve ligar Salvador a Feira de Santana.
O Trem Intercidades, como foi batizado, terá 98 quilômetros de extensão, investimento estimado em R$ 6,8 bilhões e expectativa de gerar mais de 10 mil empregos diretos e 50 mil indiretos.
A previsão é que, em operação plena, transporte 85 mil passageiros por dia, fazendo o trajeto entre as duas cidades em 35 minutos, com velocidade de até 160 km/h.
Segundo o engenheiro Danilo Ferreira, o sistema terá integração tarifária com ônibus metropolitanos e intermunicipais. A tarifa média prevista é de R$ 50, e o faturamento anual estimado é de R$ 1,1 bilhão, com retorno do investimento em cerca de 9,8 anos.
A primeira estação ficará no novo Terminal Rodoferroviário de Salvador, em construção no bairro de Águas Claras. Os trens utilizarão plataforma subterrânea para embarque e desembarque. O projeto também prevê conexão com outras malhas ferroviárias, como a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) e a Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), ampliando o escoamento de cargas pelos portos de Aratu, Salvador e pelo Estaleiro Enseada.
O empresário Osvaldo Ottan informou que o projeto preliminar está em análise pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), que deverá assinar contrato para a elaboração do projeto executivo e a obtenção de licenças ambientais.
O presidente da comissão, deputado Eduardo Salles (PP), manifestou apoio à proposta. “O nosso sonho é que a iniciativa avance nas demais instâncias, para que venha o projeto executivo e a captação dos investidores. Colocamos essa comissão à disposição, para que a gente possa avançar nesse sonho de todos os baianos”, disse.

Foto: JulianaAndrade/AgênciaALBA
Apesar do apoio, parlamentares também questionaram a viabilidade e os prazos para que o trem comece a operar. Salles ainda reforçou a necessidade de garantir a integração com a malha da FCA, hoje sob concessão da Vale e com trechos sucateados.