Um estudo da Universidade de Essex apontou os desafios enfrentados por mulheres negras em posições de liderança. O relatório “Walking a tightrope without a safety net”, assinado pela pesquisadora Ruth Pombi, indica que essas profissionais frequentemente enfrentam dificuldades para manter a autoridade no ambiente de trabalho, lidando com injúrias raciais e microagressões.
No Brasil, apesar das barreiras estruturais e discriminatórias, a participação de mulheres negras no mercado de trabalho registrou avanço. Dados do 3º Relatório de Transparência Salarial e Critérios Remuneratórios mostram crescimento de 3,2 milhões para 3,8 milhões de trabalhadoras, um aumento de 18,2%, segundo o Governo Federal.
Historicamente, mulheres negras têm se destacado em diversas áreas — da medicina e música ao direito, artes, ciências, educação e cultura. A União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU) já prestou homenagens a figuras como Katherine Johnson (matemática da NASA), Mae Jemison (astronauta), Bernice Johnson Reagon (musicista) e Alexa Canady (primeira neurocirurgiã negra nos Estados Unidos).
Inspirada por referências históricas e comprometida em ampliar a presença de mulheres negras no mercado corporativo, a executiva de atendimento e relações públicas Thainá Pitta atua com foco em diversidade e representação. Com passagens por eventos como Rio Innovation Week, Rio2C, e trabalhos para marcas e iniciativas como Pacto Global da ONU, The Town, Afropunk e Prêmio da Música Brasileira, ela defende políticas mais rigorosas contra injúria racial e ações concretas para ampliar oportunidades.
Para Thainá, o aumento da participação no mercado deve vir acompanhado de compromisso real das organizações com ambientes equitativos. “Olhar para trajetórias de mulheres negras que marcaram a história é reconhecer o quanto essas referências continuam a inspirar nosso caminho. É necessário garantir ambientes plurais para alcançar resultados mais amplos e objetivos”, afirma.
Dados do Institute for Women’s Policy Research indicam que mulheres negras representam apenas 7,7% das ocupações profissionais, o equivalente a 8 milhões de pessoas entre 120 milhões de trabalhadores.
“O desafio é fazer com que essa presença não seja pontual, mas parte de uma estrutura que reconheça, apoie e celebre a contribuição da nossa identidade no desenvolvimento do país”, conclui.