Na semana passada, o youtuber Felipe Bressamin Pereira, conhecido como Felca, viralizou ao publicar um vídeo, que já conta com 28 milhões de visualizações, denunciando a “adultização” de crianças em conteúdos de influenciadores e mães nas redes sociais.
Entre os casos apontados estão o influenciador paraibano Hytalo Santos, o canal Bel para Meninas e a mãe da menor Caroliny Dreher, que, segundo o vídeo, expõem menores a situações constrangedoras e sexualizadas, gerando ampla repercussão e investigações.
O termo, que levou o título do vídeo, refere-se à exposição e ao estímulo de comportamentos, práticas e responsabilidades de caráter adulto em crianças. A prática pode, ou não, ser supervisionada por adultos, que, segundo apontado por Felca, expõem os menores a traumas psicológicos e até a crimes, como pedofilia.
Felca
Felca é o nome artístico do youtuber e humorista Felipe Bressamin Pereira, de 27 anos, natural de Londrina, no Paraná, e que atualmente mora em São Paulo. Ele começou sua carreira online em 2012 como streamer de videogames, mas com o tempo migrou para reacts, ou seja, vídeos em que comenta ou reage a conteúdos diversos.
O sucesso de Felca ganhou força em maio de 2023, quando publicou uma review da base da Wepink, marca de cosméticos da influenciadora Virginia. O vídeo, chamado “Testei a base da Virgínia”, ultrapassou 20 milhões de visualizações e ajudou a consolidar sua popularidade. Mais recentemente, ele também chamou atenção ao comentar a CPI das Bets na internet.
Hoje, Felca soma 14,5 milhões de seguidores no Instagram e mais de 5,4 milhões de inscritos no YouTube. O vídeo em que denuncia a exploração infantil já ultrapassou 28 milhões de visualizações, gerando grande repercussão.
Hytalo Santos
Hítalo José Santos Silva, conhecido nas redes como Hytalo Santos, é um influenciador natural de Cajazeiras, no Sertão da Paraíba, conhecido por “adotar” crianças e jovens, emancipados ou não, a quem chamava de “crias”. Hytalo organizava diversos “reality shows”, onde exibia a convivência dele com as crianças e adolescentes, com dinâmicas e brincadeiras de cunho sexual.
Após a repercussão do vídeo de Felca, a Meta derrubou o perfil de Instagram de Hytalo. Desde 2024, ele é alvo de uma denúncia do Ministério Público da Paraíba (MPPB) por conta dos mesmos crimes.
Kamylinha
Entre os rostos mais frequentes nos vídeos de Hytalo, está o de Kamylinha Silva, que começou a aparecer em 2018, aos 12 anos. Hoje, ainda menor de idade, ela participa de shows e apresentações com teor sensual. Segundo denúncia feita pelo youtuber, o Hytalo mantém jovens em um ambiente de “confinamento” e os expõe a situações consideradas impróprias para a idade.
A menina foi emancipada aos 16 anos e colocou um implante de silicone nos seios aos 17. Há cerca de três meses, o influenciador anunciou que Kamylinha estava grávida do irmão de Hytalo, o influenciador Hyago Santos, que é maior de idade. A gravidez teria sido interrompida após a menina sofrer um aborto espontâneo.
Bel Peres
Bel Peres, de 18 anos, é uma influenciadora que ficou conhecida ainda criança no canal “Bel para Meninas”. À época, os conteúdos eram administrados pela mãe da menina, Francinete Peres. O canal já gerou polêmica antes, quando a Promotoria de Justiça da Infância e Juventude de Maricá, cidade onde morava com a família, ajuizou uma Ação Civil Pública no MPRJ. O processo tramitou em segredo de justiça, por se tratar de menor de idade.
Em reposta ao vídeo de Felca, Bel defendeu os pais e afirmou que sua infância foi feliz. Segundo a influenciadora, o apoio dos pais foi fundamental para que ela construísse uma carreira online. “Se não tivessem me apoiado na carreira da internet, hoje em dia eu ia ser uma desempregada sem vocação”. Ela também minimizou a visitara do Conselho Tutelar na época, e comparou sua experiência com a de outras crianças no meio artístico.
Caroliny Dreher
Caroliny Dreher é uma menor de idade que começou a postar vídeos de dança aos 11 anos. Com o tempo, ela passou a atrair a atenção de homens adultos, que deixavam comentários de cunho sexual nas contas da menor. Administrada pela própria mãe, Caroliny começou a divulgar conteúdo sexualizado, inclusive em sites adultos, aos 14 anos. Segundo Felca, parte dos conteúdos chegou a fóruns de pedofilia. Hoje, Caroliny está sob os cuidados da avó.