Apesar de ter sido citada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, como exemplo de “capital violenta”, Brasília registra, desde 2018, taxa de homicídios menor que a de Washington. O g1 comparou dados oficiais da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal e da Polícia Metropolitana de Washington, considerando a população de cada cidade.
Nos últimos 15 anos, Washington registrou sua maior taxa em 2023, com 40,4 vítimas por 100 mil habitantes, índice em crescimento desde 2013. No Distrito Federal, a curva é oposta: desde 2012, quando houve pico de 31,4 vítimas por 100 mil habitantes, o número vem caindo.
Em 2024, último ano com dados consolidados, Brasília registrou 6,9 vítimas para cada 100 mil habitantes, enquanto Washington teve 27,3. Segundo a Casa Branca, a taxa da capital americana foi a quarta maior do país em 2024. No mesmo período, o DF alcançou o menor índice de homicídios em 48 anos.
Pronunciamento de Trump
Na segunda-feira (11), ao anunciar uma intervenção federal na segurança de Washington, Trump comparou a criminalidade da cidade com a de outras capitais nacionais, incluindo Brasília, Bogotá (Colômbia), Cidade do Panamá, Cidade do México e Bagdá (Iraque).
“Olhando os números temos alguns gráficos com diferentes cidades ao redor do mundo: Bagdá, Panamá, Brasília, San José, Bogotá, Cidade do México, Lima… Nós dobramos ou triplicamos. Vocês querem viver em lugares como esses? Eu acredito que não”, questionou Trump, afirmando que a medida era uma resposta à “trágica emergência de segurança” na capital dos EUA.
Resposta do governo do DF
Já o governo do Distrito Federal confirmou os dados do g1, reforçando que eles mostram uma realidade oposta à fala de Trump. “Brasília é mais segura que Washington. O que o presidente Trump disse pode ser uma surpresa para muitos, mas é apenas a realidade dos números, baseada no índice mundialmente aceito de casos de homicídios a cada 100 mil habitantes. O Trump falou a verdade: Brasília é mais segura que Washington”, afirmou o secretário de Segurança do DF, Sandro Avelar.