O jornalista César Tralli relembrou, em entrevista ao jornal Extra, a relação de cuidado que manteve com a irmã mais nova, Gabriela, desde a infância. Diagnosticada com a síndrome de Noonan, condição genética rara associada a deficiência intelectual acentuada e limitações físicas, Gabriela viveu até os 40 anos e morreu em 2018, após complicações de uma cirurgia cardíaca.
Tralli contou que assumiu responsabilidades com a irmã ainda muito cedo, aos 6 anos, já que os pais trabalhavam em período integral.
“Sou o filho mais velho de três, e a minha irmã mais nova, que infelizmente já faleceu, nasceu com uma síndrome muito rara. Isso a transformou numa eterna criança. Como minha mãe e meu pai trabalhavam muito, fui um segundo pai ela. Desenvolvi esse dom muito novo. Cuidava dela, que tinha convulsões. Precisei intervir em situações bem violentas. Isso foi me dando a condição do cuidado”, conta o jornalista de 54 anos.
O apresentador afirmou que o vínculo com a irmã influenciou diretamente seu apego à família.
“Essa irmã sempre foi meu xodozinho. Viveu até os 40 anos, em 2018. O coração começou a falhar. Na troca das válvulas do coração, ela não resistiu. Ela tinha muitas limitações, mas todos da família se uniram muito. Essa força que tenho de lutar pela família vem muito da existência da Gabi”, destaca.
Pai de Manuella, de 6 anos, ele revelou que, antes do nascimento da filha, chegou a hesitar em ter filhos por causa da experiência vivida com Gabriela.
“Por ter tido essa irmã com uma condição difícil, sempre tive resistência em ser pai. Pensava: “E se eu tiver um filho com as mesmas dificuldades? Vai ser muito punk para administrar”. Depois da Manu, percebi que, se eu pudesse ter tido dez filhos, eu teria tido, porque a minha felicidade em ser pai é gigantesca. Nasci para isso”, afirma.