A Bahia está prestes a se tornar um novo polo produtor de tâmaras no Brasil. Em parceria com os Emirados Árabes Unidos, a Secretaria da Agricultura do Estado (Seagri) e a Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab) avançam na implantação de um projeto inédito no semiárido baiano, com investimento previsto de US$ 4 milhões ao longo de cinco anos.
O acordo, firmado com a Fundação Zayed e a empresa Al Foah Company, prevê plantio inicial de 10 mil mudas, transferência de tecnologia, capacitação de agricultores e assistência técnica especializada. A formalização da parceria deve ocorrer durante a COP 30, em novembro, em Belém (PA).
“Estamos unindo esforços com parceiros internacionais e instituições de pesquisa para desenvolver uma cadeia produtiva sólida, geradora de emprego, renda e desenvolvimento regional”, afirmou o secretário da Agricultura da Bahia, Pablo Barrozo.
As primeiras 100 mudas de tamareiras, de 12 variedades diferentes, chegaram ao estado em julho, após passarem por quarentena e inspeção fitossanitária pela Embrapa e Adab. A planta, cujo nome científico é Phoenix dactylifera, se adapta bem ao clima quente e seco do semiárido e pode produzir até 70 kg de frutos por planta/ano após atingir maturidade plena.
Segundo o diretor-geral da Adab, Paulo Sérgio Menezes, o projeto tem potencial para se tornar uma alternativa econômica viável para a região. “É uma cultura de alto valor agregado, com apelo no mercado interno e externo”, disse.
As importações brasileiras de tâmaras cresceram mais de 450% na última década, indicando um mercado em expansão e oportunidades para a substituição de importações com a produção nacional.