Em seu primeiro discurso depois de determinar prisão domiciliar ao ex-presidente Jair Bolsonaro, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, afirmou que a Constituição de 1988 marcou o fim da “possibilidade de golpismo” no país e da interferência de militares na política.
“Em 88 o Brasil, pela Assembleia Nacional Constituinte, deu um basta a essa possibilidade de intromissão de Forças Armadas, sejam oficiais ou paraoficiais, na política brasileira. Deu um basta à ideia de populismo”, disse Moraes, nesta segunda-feira (11), durante a abertura da Semana Jurídica do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo.
O ministro afirmou que a democracia brasileira vem sendo ameaçada por um “novo populismo extremista” potencializado pela internet e destacou que as instituições precisam se fortalecer para enfrentar esse cenário.
“Nós não podemos fingir que não há bases que permitiram esse discurso antidemocrático florescer. É aí que as instituições devem agir para atacar esses problemas de base”, afirmou.
Ao relembrar os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, Moraes disse que as instituições “souberam atuar” e seguiram a Constituição, mesmo diante de erros e acertos inevitáveis.
O magistrado também apontou a segurança institucional como um dos maiores desafios do futuro, especialmente diante do fortalecimento das redes sociais.
“A crítica pela crítica encontrou um terreno fértil para florescer. Precisamos discutir reformas no sistema jurídico e político para que as pessoas se sintam representadas e possamos reduzir o terreno fértil para esse populismo extremista”, completou.