A primeira semana de prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi marcada por buzinaço, carreatas e por visitas de parentes e aliados, após autorizações do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).
Para evitar descumprimento de regras impostas por Moraes, os autorizados a visitar Bolsonaro têm deixado o telefone celular no carro. Uma das restrições ao ex-presidente é o acesso a redes sociais, que inclusive levou à medida que determinou prisão domiciliar.
A CNN apurou que Bolsonaro tem reclamado muito de ter ficado sem redes sociais. Sem isso, ele teria ficado “sem acesso a informações confiáveis”. Como passatempo, tem assistido bastante TV.
De casa também pôde ouvir buzinaços de apoio após o fim de carreatas passaram nos arredores do condomínio onde mora.
A primeira manifestação aconteceu na segunda-feira à noite (4), pouco depois da decretação da prisão. Uma segunda aconteceu na noite do dia seguinte.
O fato de o ministro do STF ter autorizado a ida de familiares e aliados trouxe alívio às pessoas que conviviam com o ex-presidente, sobretudo pela questão dos filhos.
Assim que saiu a decisão, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) foi à casa do pai. Já o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PL) chegou a Brasília na quinta-feira (7).
Além deles e das demais moradoras da casa – Michelle, a filha Laura e a enteada Letícia -, estão autorizados a frequentar o local advogados e médicos do ex-presidente.
O senador Ciro Nogueira (PP-PI) foi o primeiro político a visitá-lo, na terça-feira (5). Ao deixar a casa, onde ficou por cerca de meia hora, gravou um vídeo: “Vi que, apesar de triste, nosso capitão continua inabalável, acreditando no nosso Brasil e confiando em Deus”.
Depois foi a vez do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), visitar o ex-presidente. Após quase duas horas, saiu dizendo que Bolsonaro estava bem e sereno.
Moraes tem estabelecido as datas das visitas. Nos próximos dias e semanas, também poderão ir à casa do ex-presidente a vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (PP), amiga da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro; os deputados federais Junio do Amaral (PL-MG), Marcelo Moraes (PL-RS) e Luciano Zucco (PL-RS); e o empresário Renato de Araújo Corrêa.
Foram autorizados ainda os deputados Domingos Sávio (PL-MG), Joaquim Passarinho (PL-PA), Capitão Alden (PL-BA) e Júlia Zanatta (PL-SC). Outros aliados, como o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), também pediram autorização.
Dia dos Pais
O ministro Alexandre de Moraes autorizou que Bolsonaro receba a visita de mais oito familiares, além dos filhos, neste domingo (10), Dia dos Pais.
Além dos familiares que moram com ele – Michelle Bolsonaro, a filha e uma enteada –, Bolsonaro poderá receber também os filhos, que estão liberados de pedir autorização prévia para visitá-lo, o sogro, a sogra, três crianças (dois sobrinhos e uma neta), duas noras e um cunhado, irmão de criação de Michelle.
As visitas poderão ocorrer entre 10h e 18h, seguindo as condições já determinadas pelo STF, como a proibição do uso de celulares e de registros em vídeo durante a permanência no local.