A médica Roberta Saretta, integrante da equipe do cardiologista Roberto Kalil no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, falou pela primeira vez sobre os últimos momentos de Preta Gil, que morreu nesta sexta-feira, 8 de agosto, aos 50 anos, nos Estados Unidos, onde buscava um tratamento experimental contra o câncer.
Preta foi diagnosticada com um tumor intestinal em janeiro de 2023, após apresentar sangramento. O tratamento começou no Rio de Janeiro, mas, devido à resposta insatisfatória à quimioterapia, a artista foi transferida para São Paulo. Segundo Saretta, o tumor era do tipo viloso, que cria uma barreira contra medicamentos. O componente genético foi determinante na evolução da doença.
Após um ano de remissão, o câncer voltou em 2024, atingindo os linfonodos da região pélvica. Em março de 2025, exames apontaram metástases no fígado e pulmões. A cantora, então, questionou os médicos sobre o tempo de vida sem tratamento e foi informada de que teria entre seis e oito meses. Em busca de alternativas, Preta viajou aos EUA para participar de um protocolo experimental.
A terapia-alvo chegou a ser iniciada, mas uma infecção interrompeu o tratamento. Com a saúde debilitada, a cantora estava em Nova York quando foi informada da suspensão definitiva do protocolo. Saretta e Flora Gil organizaram seu retorno ao Brasil em uma UTI aérea. Durante o trajeto, a cantora passou mal e não resistiu, falecendo em um hospital próximo ao aeroporto.
Mesmo durante a doença, Preta manteve o bom humor e a leveza que marcaram sua trajetória. A médica relembra que, em tom bem-humorado, a cantora chegou a reclamar: “É possível o assistente do médico não encostar no meu pé quando vier falar comigo?”.
Preta Gil faleceu rodeada de carinho e amor. “Ela lutou pela vida com muito amor até os últimos minutos”, afirmou Roberta Saretta.
