A Esplanada dos Ministérios ganhou, nesta quinta-feira (7), um novo marco cultural. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou da cerimônia de inauguração de uma escultura de Roberto Burle Marx na fachada principal do Palácio da Justiça, obra que completa o projeto arquitetônico original idealizado por Oscar Niemeyer para o edifício, inaugurado em 1972.
A peça, instalada no espelho d’água do jardim aquático, foi trazida do Sítio Roberto Burle Marx, no Rio de Janeiro, e tem cerca de 3,15 metros de altura por 1,30 metro de largura. Esculpida em granito branco do Ceará, carrega estrias e ranhuras que dialogam com os brise-soleils do prédio, seguindo o conceito modernista que orientou a construção da capital federal.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, destacou que a instalação da obra resgata a ideia de Lúcio Costa de estabelecer correspondência estética entre os palácios da Justiça e do Itamaraty.
“O significado dessa inauguração vai além do aspecto visual. Em tempos de debates sobre sustentabilidade, a obra também simboliza o compromisso do país com a preservação ambiental, reforçado pela COP30, que o Brasil sediará”, afirmou.
A ministra da Cultura, Margareth Menezes, celebrou a ação como um gesto de valorização da memória cultural brasileira.
“É uma reparação histórica à obra de Burle Marx, reconhecendo seu papel como paisagista e pioneiro na defesa da natureza desde os anos 1970. Também celebramos os 65 anos de Brasília e o urbanismo visionário que a tornou símbolo de modernidade”, disse.
Foto: Ricardo Stuckert/PR
O projeto foi viabilizado após parceria entre o MJSP, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o Ministério da Cultura, a Presidência da República e o Governo do Distrito Federal. A instalação teve aval da Unesco, já que o Plano Piloto é Patrimônio Cultural e Mundial.
O evento também contou com o lançamento de um selo comemorativo dos Correios, com a imagem da escultura. Para Lewandowski, o momento sela a integração entre arte, arquitetura e natureza, valores centrais na concepção de Brasília, e cumpre um capítulo que permanecia em aberto desde a construção do Palácio da Justiça.
Com a nova peça, a Esplanada dos Ministérios passa a ter dois ícones modernistas em diálogo: o “Meteoro”, de Bruno Giorgi, no Itamaraty, e a escultura de Burle Marx, no Palácio da Justiça.
