Igreja de São Francisco segue fechada seis meses após acidente fatal no Centro Histórico de Salvador

Igreja de São Francisco segue fechada seis meses após acidente fatal no Centro Histórico de Salvador

Redação Alô Alô Bahia

redacao@aloalobahia.com

Tiago Mascarenhas, com informações do g1 Bahia

Arquidiocese de Salvador/Defesa Civil

Publicado em 05/08/2025 às 10:08 / Leia em 3 minutos

Seis meses depois do acidente que matou a turista paulista Giulia Panchoni Righetto, de 26 anos, a Igreja de São Francisco, no Centro Histórico de Salvador, continua sem receber visitantes.

O templo, conhecido pela riqueza de detalhes em ouro e considerado um dos principais marcos do barroco brasileiro, está em obras emergenciais para garantir a segurança da estrutura.

O incidente ocorreu em 5 de fevereiro, quando parte do teto cedeu durante a visita de Giulia, que estava acompanhada do namorado e de amigos. Além da morte da jovem, cinco pessoas ficaram feridas.

Desde então, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) prioriza a estabilização do forro para evitar novos riscos. Somente após essa etapa será possível iniciar a restauração completa.

Antes do desabamento, já havia um projeto orçado em R$ 1,2 milhão, mas o caráter emergencial da obra e as novas intervenções devem elevar o valor final, ainda não calculado.

Dois dias antes do acidente, o frei Pedro Júnior Freitas da Silva, guardião-diretor do templo, havia alertado o Iphan sobre alterações na estrutura do forro e solicitado uma vistoria.

A inspeção estava prevista para o dia seguinte ao desabamento. Segundo o presidente do instituto, Leandro Grass, o pedido seguiu o protocolo padrão, não o procedimento emergencial.

A Defesa Civil de Salvador confirma que havia registros de desgaste estrutural, mas sem indícios que justificassem interdição imediata antes da tragédia.

Patrimônio em risco

Construída no início do século 18, a Igreja de São Francisco é tombada como patrimônio nacional e integra a lista das Sete Maravilhas de Origem Portuguesa. Apesar do status histórico, problemas de conservação são antigos.

Em 2023, inspeções revelaram deterioração em diferentes áreas: pinturas e tetos desgastados, fiação à mostra, pilastras danificadas e piso irregular, dificultando o acesso. Partes do teto de corredores do complexo, que inclui o convento franciscano, já estavam escoradas.

Naquele ano, o pináculo direito de um dos pátios precisou ser retirado devido ao risco de queda. Mesmo com os reparos, o espaço seguiu aberto ao público até o acidente.

O Iphan estima que obras de restauro de monumentos dessa dimensão podem durar de dois a três anos após a finalização dos projetos técnicos. A reabertura ao público depende da conclusão das etapas emergenciais e da contratação dos serviços definitivos.

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