Há exatamente um mês, o apresentador e chef Edu Guedes, de 51 anos, passou por uma cirurgia após a descoberta de um câncer no pâncreas. “Tive sorte, porque o tumor estava no início e localizado na cauda do pâncreas. Apesar de ser uma cirurgia longa — no meu caso durou seis horas, deu tudo certo”, contou o marido da apresentadora Ana Hickmann, de 44 anos, em um vídeo publicado em seu canal, cinco dias após o procedimento.
No caso de Edu, o tumor foi descoberto por acaso, durante uma investigação de crise renal. “Se eu não tivesse feito os exames por causa do cálculo, talvez não tivesse descoberto”, disse ele, na ocasião. Em apenas 15 dias, ele passou por quatro procedimentos — três relacionados aos cálculos renais, além da cirurgia para remover o câncer pancreático, que durou seis horas e incluiu a retirada do seu baço. Nesta terça-feira (5), Edu volta à ativa, ao vivo, às 10h, no Fica com a Gente, na Rede TV!
Leia, abaixo, a entrevista concedida de Edu para a Quem:
Após enfrentar quatro cirurgias intensas, como está sendo o seu processo de recuperação?
Nesse processo das quatro cirurgias, eu pensava como elas seriam e o que eu tinha que vencer para a próxima etapa. Logo que fiz a cirurgia, comecei a andar e a fazer a fisioterapia, que consistia em andar nos corredores do hospital e fazer alguns exercícios de respiração com os braços e as pernas. Fiz bem forte isso, três vezes ao dia, e saí mais ou menos dez dias antes do previsto do hospital. Em casa continuei fazendo a fisioterapia.
Como foi sua adaptação à nova rotina após as cirurgias?
Na primeira semana, estava hospitalizado. Depois, nessas últimas três semanas, venho me adaptando e fazendo bastante coisa em casa. Hoje em dia, já treino pelo menos duas vezes ao dia. É lógico que o treino é bem mais leve do que fazia antes, mas estou me recuperando bem. O médico explicou que o fato de eu sempre ter feito exercício na vida foi muito importante para a minha recuperação. Parece que o meu corpo estava se preparando para todas essas cirurgias para aguentar bem e forte.
Durante esse período, você mencionou a importância da fé e da família. Houve alguma mudança na sua forma de enxergar a vida?
Desde a notícia que tive, não deixo espaço — nem nunca deixei — para pensar no pior. Tenho que ser racional, que saber do risco, que não é uma doença simples de ser resolvida, como até agora não foi, mas sempre procuro enfrentar tudo e nunca pensar negativo. Acredito que acabamos atraindo aquilo que temos em mente, então sempre pensei que tudo vai dar certo e sempre executei da melhor forma possível. Agora, depois da cirurgia, também.
A Ana esteve ao seu lado o tempo todo. Como foi contar com esse apoio tão próximo?
Desde o primeiro momento, tive o apoio da Ana, e também da minha filha, a Maria, do filhinho da Ana, o Alezinho, dos meus pais, dos meus irmãos, e dos meus amigos. O que me impressionou foi a quantidade de pessoas que, de alguma forma, mandaram mensagens, pensamentos positivos.
Como essa energia positiva te ajudou?
Acho que tudo isso fez com que eu realmente melhorasse. Porque não tive tempo para pensar em nada de ruim e também pude exercitar sempre a mente para não sofrer naqueles dias. Aprendi que, muitas vezes, a gente se preocupa com o que não precisa se preocupar. Quando você tem algo muito grave, como o que estou enfrentando, qualquer outro problema é pequeno perto dele, então você acaba levando a sua vida de outra forma, e passa a dar valor às pequenas coisas da vida.
Sua rotina mudou muito desde a cirurgia?
Minha rotina como era — até por escolha — não será mais a mesma. Porque às vezes não tinha folga, trabalhava sábado, domingo, feriado, até tarde. E estou mudando. Meu retorno à TV está sendo mais tranquilo. Apesar de eu ter um programa diário, estamos pensando em reduzir o tempo para ser mais tranquilo e bom ao mesmo tempo.
O câncer de pâncreas é conhecido por ser silencioso e agressivo. Você descobriu o tumor de forma incidental. O que diria às pessoas sobre ouvir o próprio corpo, fazer exames e valorizar a saúde?
Uma coisa que reparei é que, uns meses atrás, tive outra crise renal e não dei atenção a ela. Se posso dar algum conselho às pessoas é que fiquem atentas aos pequenos sinais. Naquele momento em que tive a crise renal, não procurei ajuda médica, expeli a pedra, e já fiquei tranquilo. Mas talvez já fosse o momento de eu ter ido ao hospital. Muitas vezes, a gente se automedica, e pensa: ‘ah, vou tomar um remédio para dor e está tudo bem’, ou ‘vou fazer uma massagem que vai passar’. Mas tem que prestar atenção a esses detalhes também.