Brasil prepara reação na Organização Mundial do Comércio contra sobretaxas de Trump

Brasil prepara reação na Organização Mundial do Comércio contra sobretaxas de Trump

Redação Alô Alô Bahia

redacao@aloalobahia.com

Antonio Dilson Neto

Reprodução/Camex

Publicado em 05/08/2025 às 09:54 / Leia em 2 minutos

O governo brasileiro se prepara para acionar a Organização Mundial do Comércio (OMC) contra as tarifas comerciais de até 50% impostas pelos Estados Unidos a centenas de produtos, muitos deles com forte impacto sobre a indústria da Bahia.

A decisão de iniciar o processo foi aprovada nesta segunda-feira (4) pela Câmara de Comércio Exterior (Camex), órgão ligado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. O anúncio foi feito pelo vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, que também chefia a pasta.

“O conselho de ministros da Camex aprovou o Brasil entrar com a consulta na OMC. Agora o presidente Lula vai decidir como e quando fazê-lo, mas a aprovação já existe”, declarou Alckmin, após reunião com representantes de setores atingidos pelas tarifas.

Além da articulação internacional, o governo federal trabalha em duas frentes paralelas: tentar ampliar a lista de produtos isentos da tarifa e lançar um pacote de apoio emergencial às empresas prejudicadas.

A expectativa é que as medidas de auxílio sejam anunciadas ainda nesta semana. Entre as ações em estudo, estão linhas de crédito especiais, devolução de tributos e incentivo às exportações.

Durante entrevista à BandNews, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que há negociações em andamento com os EUA, especialmente em relação ao setor de mineração, um dos poucos segmentos que obteve isenção parcial do tarifaço, que entra em vigor nesta quarta-feira (6).

Embora o tom econômico do governo seja de busca por um acordo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) adotou uma postura mais crítica. No fim de semana, durante evento do Partido dos Trabalhadores, Lula afirmou que o Brasil está disposto a dialogar, mas sem aceitar imposições de Washington.

As sobretaxas anunciadas pelos Estados Unidos impactam mais de 380 produtos brasileiros, com destaque para setores como celulose, alimentos, cacau e pneus, importantes na pauta de exportação da Bahia.

Estima-se que o prejuízo na economia do estado possa superar R$ 1,3 bilhão.

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