Conhecida pelo corpo alongado e pela coloração amarela com pintas pretas, a moreia banana (Gymnothorax miliaris) é um dos peixes ornamentais mais valorizados e exportados pela Bahia.
Encontrada em águas rasas e piscinas naturais que chegam a 70 metros de profundidade, a espécie é destaque na Baía de Todos-os-Santos e figura entre os exemplares mais procurados por aquaristas no Brasil e no exterior.
O peixe, que pode atingir até 70 centímetros de comprimento, é vendido no mercado brasileiro por cerca de R$ 1 mil. Fora do país, o valor chega a aproximadamente US$ 1 mil. Além da aparência incomum, a espécie é considerada rústica, dócil e adaptável a aquários, o que amplia seu apelo entre criadores.

Foto: Cláudio Sampaio/Ufal
Para Cláudio Sampaio, professor dos cursos de Engenharia de Pesca e Biologia da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), a combinação de cor vibrante e temperamento tranquilo explica o interesse internacional. Segundo ele, em entrevista ao g1 Bahia, a Baía de Todos-os-Santos é um polo importante para a pesca ornamental devido à biodiversidade e ao fácil acesso.
Entre os principais destinos estão Estados Unidos, França e Itália. Segundo ele, a raridade da espécie fora do Brasil e sua aparência chamativa aumentam a demanda entre aquaristas.
A moreia banana apresenta corpo flexível, comportamento pacífico quando mantida com espécies compatíveis e hábito de buscar refúgio em rochas e esconderijos. Por sua habilidade de escapar, especialistas recomendam aquários bem vedados. Sua dieta é composta principalmente por crustáceos, caranguejos e siris.
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O mercado de peixes ornamentais é expressivo no Brasil. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 11 milhões de brasileiros mantêm aquários em casa. A Associação Brasileira de Aquariofilia (Abraqua) estima que haja aproximadamente 18 milhões de peixes ornamentais em lares do país.
A atividade é regulamentada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), que autoriza a coleta de 181 espécies de água doce e 136 de água marinha na natureza. Também há produção via aquicultura.
Para o mercado externo, o órgão permite a importação de 379 espécies de água doce e 530 de água marinha.