A Justiça do Rio de Janeiro aceitou denúncia do Ministério Público estadual e tornou réu o rapper Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, conhecido como Oruam, por tentativa de homicídio qualificada contra policiais civis.
A decisão foi tomada pela juíza Tula Correa de Mello, da 3ª Vara Criminal, que também expediu novo mandado de prisão preventiva.
Oruam e o amigo Willyam Matheus Vianna Rodrigues Vieira são acusados de atirar pedras contra agentes durante operação no Complexo da Penha, em 21 de julho, quando a polícia cumpria mandado de busca e apreensão contra um adolescente investigado por tráfico e roubo. Um policial foi atingido nas costas e outro precisou se abrigar.
De acordo com a denúncia, as pedras, lançadas de uma varanda a 4,5 metros de altura, pesavam até 4,85 kg e poderiam causar ferimentos fatais. O Ministério Público afirma que houve dolo eventual, assumindo o risco de morte dos agentes.
Imagens da operação mostram o cantor socando uma viatura antes da saída da polícia. Além da tentativa de homicídio, Oruam já respondia a sete crimes pelos quais está preso preventivamente: tráfico de drogas, associação ao tráfico, resistência qualificada, desacato, dano qualificado, ameaça e lesão corporal.
Segundo a Promotoria, publicações feitas pelo artista nas redes sociais incitaram violência contra policiais e reforçaram o clima hostil à atuação das forças de segurança.
A defesa nega que Oruam tenha atentado contra a vida dos agentes. Em nota, afirma que o cantor agiu em “momento de extremo desespero e legítima defesa” após ser ameaçado e agredido durante a operação.
Os advogados alegam irregularidades na ação, como uso de veículos descaracterizados e ausência de mandado válido, apontando abuso de autoridade.
