O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (30) manter a taxa básica de juros (Selic) em 15% ao ano, encerrando uma sequência de sete altas consecutivas. A decisão foi unânime entre os nove membros do colegiado.
De acordo com o comunicado divulgado após a reunião, a manutenção da taxa é compatível com a meta de convergência da inflação no médio prazo, sem descuidar da estabilidade econômica e da geração de empregos.
“Essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego”, diz o texto oficial do BC.
A Selic segue, assim, no maior patamar em quase duas décadas. A última vez que a taxa esteve nesse nível foi em julho de 2006, durante o primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quando alcançou 15,25% ao ano.
Participaram da decisão os diretores Gabriel Galípolo (presidente), Ailton de Aquino Santos, Diogo Guillen, Gilneu Vivan, Izabela Correa, Nilton David, Paulo Picchetti, Renato Gomes e Rodrigo Teixeira.
Cenário internacional
Nos Estados Unidos, o Federal Reserve, o Banco Central americano, também optou por manter a taxa básica de juros entre 4,25% e 4,50% ao ano, pela quinta vez consecutiva.
A votação, no entanto, não foi unânime: dois dos sete membros do conselho discordaram da manutenção, algo incomum. Foi a primeira vez em 30 anos que uma decisão do Fed não alcançou consenso, sinalizando possíveis divergências internas sobre o ritmo da política monetária diante do cenário econômico.