Preço da manga tem queda de 54% nos mercados da Bahia

Preço da manga tem queda de 54% nos mercados da Bahia

Redação Alô Alô Bahia

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Com informações de Correio

Freepik

Publicado em 29/07/2025 às 18:30 / Leia em 3 minutos

Comprar manga na Bahia se tornou muito mais barato. Isso porque, de acordo com dados Sistema de Informação de Mercado de Abastecimento do Brasil, já há uma queda verificável no preço de atacado da fruta desde que o tarifaço de Donald Trump foi anunciado. Para se ter ideia do impacto, o quilo da manga que custava R$ 4,22 no Mercado de Juazeiro, no mês de junho, agora custa R$ 1,92, representando uma diminuição de 54%.

Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento na Bahia (Conab), a Ceasa de Salvador também registrou queda no preço do quilo da manga. A diferença foi de 51% em relação ao mês de junho, quando o preço saiu de R$ 7,64 para R$ 3,70.

Durante julho, a capital baiana começou o mês com a fruta custando R$6,50/kg e, ao longo do mês, esse preço decaiu a ponto de o produto ser cotado a R$3,50/kg. Essa diminuição brusca de preço chama atenção, dentre outros fatores, pela época do ano. Isso porque, durante a baixa estação, a manga costuma ser vendida mais caro, uma vez que o período de maior colheita da fruta é no início do ano.

Efeitos do tarifaço
A diminuição de preço da manga era um efeito esperado diante da aplicação da taxa de 50% dos Estados Unidos sobre os produtos brasileiros. Mesmo sem ter entrado em vigor – o início está previsto para 1º de agosto –, a medida já está causando prejuízo aos produtores e exportadores que, na iminência de enviar as cargas, estão com os produtos encalhados nos portos, sujeitos a cancelamentos logísticos.

Na região do Vale São Francisco, onde a produção baiana de manga é liderada por Juazeiro e Casanova, se estendendo até Pernambuco, 20% do que é exportado nos 50 mil hectares de terra vai para os Estados Unidos. Isso equivale a 50 mil toneladas da fruta em uma janela de exportação – que dura, aproximadamente, quatro meses, sendo que a atual iniciou no final de julho e vai até meados de novembro.

Essa carga pode ser perdida, segundo indica Tássio Lustosa, diretor-geral da Associação de Produtores e Exportadores de Hortigranjeiros e Derivados do Vale São Francisco (Valexport). Ele defende que não há como redirecionar o produto para o mercado interno e afirma que os produtores devem manter o preço.

“Com o tarifaço, não temos para onde redirecionar, porque só exportamos 20% do que é produzido e os outros 80% ficam no mercado interno. Essa quantidade de 50 mil toneladas de manga não pode ser redirecionada para o mercado interno, porque isso vai reduzir o preço da comercialização da manga e inviabilizar a comercialização da fruta. Sem conseguir vender, não conseguimos pagar nem a colheita, o que é preocupante”, diz.

Por outro lado, Arthur Cruz, coordenador de Conjuntura Econômica da Superintendência de Estudos Econômicos da Bahia (SEI), afirma que deve haver redirecionamento do volume que seria exportado para o comércio interno. Com isso, é possível que o preço da fruta caia ainda mais.

“Não sei por que eles estão vendo essa dificuldade de vender para o mercado interno. Sim, se eles fizerem isso, eles vão vender a preços mais baixos, porque vai ter uma oferta maior do produto que eles gastaram muito para vender no padrão exigido pelos Estados Unidos, mas é a única saída. Ou eles fazem isso, ou perdem 100%”, declara.

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