General nega envolvimento em trama golpista e diz que reunião com Bolsonaro foi ‘monólogo de desabafo’

General nega envolvimento em trama golpista e diz que reunião com Bolsonaro foi ‘monólogo de desabafo’

Redação Alô Alô Bahia

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Antonio Dilson Neto, com informações da Agência Brasil

Reprodução/EFE

Publicado em 28/07/2025 às 18:15 / Leia em 3 minutos

O general Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira negou nesta segunda-feira (28) qualquer envolvimento com a tentativa de golpe investigada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Durante interrogatório como réu no chamado núcleo 3 da trama golpista, o militar afirmou que sua reunião com o então presidente Jair Bolsonaro, em dezembro de 2022, foi apenas um encontro informal no qual Bolsonaro teria feito um “desabafo” após a derrota nas eleições.

O general é um dos dez acusados de integrar o núcleo que teria promovido ações de campo e tentativas de convencer o alto comando das Forças Armadas a aderir ao plano golpista. A acusação da Procuradoria-Geral da República (PGR) se baseia em mensagens trocadas entre o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e o também tenente-coronel Bernardo Romão Correa Neto. Em um dos diálogos, Cid diz que Teóphilo “quer fazer, desde que o PR assine”.

A PGR sustenta que a frase sugere que o general teria se colocado à disposição para uma eventual tomada de poder, após o encontro com Bolsonaro no Palácio da Alvorada, no dia 9 de dezembro de 2022.

Durante o depoimento ao STF, Teóphilo reafirmou a versão que já havia dado à Polícia Federal: negou qualquer articulação golpista, disse que o encontro com Bolsonaro foi “um monólogo” e que não recebeu nenhuma proposta ou documento de teor inconstitucional. “Não me foi apresentado qualquer documento nem me foi proposto nenhuma coisa ilegal ou inconstitucional, de forma que eu pudesse aderir ou não, enfatizo isso aqui”, declarou.

O general também mencionou o depoimento do então comandante do Exército, Freire Gomes, que teria lhe pedido para substituir sua presença na reunião com Bolsonaro, pois não estava em Brasília naquele momento. Segundo Teóphilo, o próprio Freire Gomes seria contrário ao golpe e “jamais mandaria alguém que pudesse acirrar os ânimos”.

Dez réus sob julgamento

O STF realiza nesta segunda os interrogatórios dos dez réus do núcleo 3, sendo nove militares e um policial federal, todos acusados de ações operacionais e de pressionar lideranças das Forças Armadas a apoiar a tentativa de ruptura institucional.

Confira os nomes:

  • Bernardo Romão Correa Netto (coronel)

  • Estevam Theóphilo (general)

  • Fabrício Moreira de Bastos (coronel)

  • Hélio Ferreira (tenente-coronel)

  • Márcio Nunes de Resende Júnior (coronel)

  • Rafael Martins de Oliveira (tenente-coronel)

  • Rodrigo Bezerra de Azevedo (tenente-coronel)

  • Ronald Ferreira de Araújo Júnior (tenente-coronel)

  • Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros (tenente-coronel)

  • Wladimir Matos Soares (policial federal)

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