Uma confusão generalizada foi registrada no Porto da Barra, em Salvador, no último domingo (27). Banhistas tentaram ocupar o espaço onde ocorria uma partida de futevôlei, próximo ao Forte de São Diogo, após a maré subir. O vídeo da confusão viralizou nas redes sociais e gerou uma discussão controversa. Os praticantes do esporte defendem o uso do espaço, enquanto parte dos banhistas e comerciantes critica a postura dos jogadores.
De acordo com os praticantes do esporte, os banhistas invadiram o espaço onde ocorria uma partida após o avanço do mar sem uma conversa sequer. “Se os banhistas falassem para gente que o mar estava subindo, que a gente já estava no horário, a gente ia ter a consciência e ia tirar, mas só que, quando acabou um jogo, e a segunda dupla iria entrar, os banhistas entraram sem consenso nenhum, sem falar com a gente”, disse Júnior Nascimento, 29 anos, que joga futevôlei no Porto e estava no momento da confusão.
“Eles chegaram, estenderam a canga e botaram o cooler. Começou um grupo de três (pessoas). Quando três colocaram a canga, um, que estava separado desses três, colocou o cooler e a canga perto da rede, puxando a rede”, relatou. Segundo Nascimento, foi a primeira vez que uma confusão dessas aconteceu. “E vai ser a última porque a gente não quer essa polêmica”, falou.
Por outro lado, banhistas e comerciantes criticaram o comportamento dos jogadores. O primeiro grupo afirmou que falta bom senso por parte dos praticantes do esporte. “Eles começam a jogar super cedo, passam o dia todo aqui. É preciso entender quando a maré enche porque a faixa de areia daqui é pequena”, disse uma frequentadora, que preferiu não se identificar. Ela salientou que não é contra o esporte, mas que é preciso ter horários fixos.
Uma outra banhista, que mora na Barra, também questionou os horários. “A prefeitura precisa estabelecer horários certinhos. Eu entendo que a praia é pública, que eles podem jogar também, mas a faixa de areia daqui é curta. Isso precisa ser negociado”, ponderou. Uma comerciante alegou que a bola, aliás, já atingiu alguns clientes e isso prejudica o trabalho. A reportagem procurou a Prefeitura de Salvador, através da Secretaria de Ordem Pública de Salvador (Semop), mas ainda não teve retorno. O espaço segue aberto.
Os jogadores de futevôlei garantiram que o impasse pode ser resolvido com diálogo. “Eu venho todos os dias, fomentando o esporte, saúde. Aqui, todo mundo ganha. Quem frequenta o Porto de manhã vem fazer atividade física. Aqui, era restrito para quem sabia jogar, mas agora, com a saída dos barraqueiros, uma porta foi aberta para quem quer aprender”, completou.