A tartaruga-cabeçuda Jorge voltou ao mar aberto depois de 40 anos em cativeiro na Argentina. Natural de Praia do Forte, no Litoral Norte da Bahia, o animal havia sido capturado em 1984 no país vizinho.
Depois, ele foi levado para o aquário da cidade de Mendoza, onde permaneceu até 2022. Uma pressão popular ajudou para que o animal fosse solto novamente. A tartaruga teve que passar por um processo de readequação ao ambiente marinho, e depois de três anos foi liberado ao mar.
“A decisão de devolvê-la ao mar foi tomada em 2022. Foram necessários três anos de readaptação”, explicou Laura Prosdocime, pesquisadora do Museu Argentino de Ciências Naturais (MACN-CONICET).
Nas águas, Jorge encontrou o caminho de volta para casa, com a corrente marítima. Agora, ele chegou ao Rio de Janeiro e acabou entrando na Baía de Guanabara. “Ele passou pelo Uruguai e, como esperávamos, começou a rumar para a Bahia. Mas, no caminho, entrou na baía e está agora na região da Ilha do Governador”, contou Suzana Guimarães, coordenadora-geral do Projeto Aruanã, que atua na conservação das tartarugas marinhas.
Os pescadores foram orientados sobre como agir caso avistem Jorge: “A gente tem um grupo de pesca com o telefone do pessoal do Projeto Aruanã. Se ele for encontrado, a gente avisa na hora. Todo mundo sabe que tem que proteger”, conta o pescador José Roberto Santos.
“Se conseguirmos contato direto com ele, vamos coletar sangue e avaliar o estado de saúde. Se estiver tudo bem, queremos ajudá-lo a seguir viagem rumo à Bahia”, explicou Suzana.
As informações são do g1