Após mortes nos EUA, Anvisa suspende medicamento usado por crianças com doença rara

Após mortes nos EUA, Anvisa suspende medicamento usado por crianças com doença rara

Redação Alô Alô Bahia

redacao@aloalobahia.com

Antonio Dilson Neto

Matheus Brasil / Ministério da Saúde

Publicado em 25/07/2025 às 15:07 / Leia em 2 minutos

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) suspendeu temporariamente, nesta quinta-feira (24), o uso do medicamento de terapia gênica Elevidys, utilizado no tratamento de crianças com distrofia muscular de Duchenne (DMD), doença genética rara e degenerativa que afeta o desenvolvimento motor.

A decisão, publicada em edição extra do Diário Oficial da União, abrange a fabricação, comercialização, importação, propaganda e aplicação do produto no Brasil. O remédio teve o registro aprovado pela agência em dezembro de 2024, com uso liberado em caráter excepcional para crianças de 4 a 7 anos que ainda conseguem andar, com diagnóstico confirmado de mutação no gene DMD.

Segundo a Anvisa, a medida foi adotada após o órgão regulador dos Estados Unidos, a FDA, relatar três mortes por insuficiência hepática aguda em pacientes que utilizaram medicamentos com a mesma tecnologia.

A fabricante do Elevidys nos EUA, a Sarepta Therapeutics, interrompeu o uso em crianças que já não caminham.

No Brasil, o remédio é distribuído pela Roche Farma Brasil e pode custar até R$ 20 milhões por paciente, de acordo com dados da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED). Ainda que não haja registros de óbitos ou reações graves em pacientes brasileiros, a Roche decidiu suspender voluntariamente a disponibilização do produto após articulação com a Anvisa.

A suspensão tem caráter preventivo e permanecerá válida até que todas as incertezas sobre a segurança do medicamento sejam esclarecidas.

Cerca de 700 novos casos de distrofia de Duchenne são diagnosticados por ano no país. O Elevidys é um dos poucos tratamentos disponíveis que atuam diretamente na desaceleração da progressão da doença.

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