Esta terça-feira (22) será o dia mais curto do ano até agora. Isso porque a Terra vai girar em torno de seu próprio eixo em uma velocidade ligeiramente maior do que o habitual, encerrando a rotação com 1,34 milissegundo a menos que o tempo padrão de 24 horas.
O fenômeno não é inédito. No dia 9 de julho, o planeta já havia acelerado levemente e encurtado o dia por alguns milésimos de segundo, mas a previsão é que o movimento desta terça supere aquele.
Apesar da mudança, a diferença é imperceptível, um piscar de olhos, por exemplo, dura cerca de 300 milissegundos, ou seja, mais de 200 vezes o tempo perdido.
A duração média de um dia na Terra é de 86.400 segundos. Quando esse tempo varia, os cientistas monitoram o fenômeno com a ajuda de relógios atômicos, usados desde os anos 1960.
Desde então, a Terra já registrou variações mais intensas: em 29 de junho de 2022, por exemplo, o planeta completou uma rotação 1,59 milissegundo mais rápida do que o padrão. Antes disso, o recorde era de 19 de julho de 2020, com 1,47 milissegundo a menos.
As causas exatas dessas variações ainda são desconhecidas, mas os especialistas apontam que o comportamento do núcleo da Terra, o movimento dos oceanos e as mudanças atmosféricas estão entre os principais fatores envolvidos.
“Sabemos que, ao longo da história, a Terra vem desacelerando sua rotação desde sua formação. Mas essa desaceleração não é constante e, às vezes, ocorrem pequenas acelerações, como agora”, explica Fernando Roig, diretor do Observatório Nacional, ao g1.
Variações na duração do dia são comuns em escalas de décadas. Quando se acumulam ao longo dos anos, podem afetar a contagem do tempo oficial. Para ajustar esse descompasso, os cientistas recorrem ao “segundo bissexto”, adotado desde 1973.
Ao todo, já foram acrescentados 27 segundos extras aos nossos relógios desde então. No futuro, se os dias seguirem encurtando, pode ser necessário aplicar um segundo bissexto negativo, ou seja, retirar um segundo da hora oficial.