Feira de Santana autoriza ampliação de pista do aeroporto para retomada de voos comerciais

Feira de Santana autoriza ampliação de pista do aeroporto para retomada de voos comerciais

Redação Alô Alô Bahia

redacao@aloalobahia.com

José Mion/Alô Alô Bahia com informações do g1

Izinaldo Barreto

Publicado em 22/07/2025 às 08:41 / Leia em 3 minutos

A Prefeitura de Feira de Santana, segunda maior cidade da Bahia, concedeu licença ambiental para ampliação da pista de pouso e decolagem do Aeroporto Governador João Durval Carneiro. A autorização foi publicada na edição do Diário Oficial do Município no último sábado (19).

Emitida pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Recursos Naturais (Semmam), a licença permite a ampliação da pista em 300 metros, dos atuais 1.500 para 1.800 metros. Segundo a Semmam, a obra representa um passo estratégico para a modernização da infraestrutura aeroportuária e a retomada dos voos comerciais no município.

A extensão da pista possibilitará a operação de aeronaves maiores e a ampliação da frequência de voos, o que pode atrair novas rotas comerciais. O projeto prevê ainda a adoção de tecnologias mais limpas e alinhamento às normas ambientais federais e estaduais.

Desde 30 de junho de 2024, o aeroporto está sem voos comerciais. O último voo, operado pela Azul Linhas Aéreas, seguiu para Recife (PE). Atualmente, o terminal é utilizado apenas por aeronaves particulares, táxis aéreos e unidades de terapia intensiva aérea.

“A ideia de ampliação é para que retorne os voos comerciais e que aeronaves de maiores portes possam fazer as suas atuações no aeroporto”, explicou a secretária da Semmam, Jaciara Moreira da Costa.

Requisitos ambientais

A nova licença mantém a validade da Licença de Operação concedida em 2020 e impõe uma série de obrigações à administradora do aeroporto. Entre elas estão monitoramento da qualidade do ar e dos níveis de ruído; elaboração de Planos de Emergência e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (PEAA e PPAA); levantamento da fauna urbana na Área de Segurança Aeroportuária (ASA); plano de gestão de resíduos e controle do lençol freático; e inventário florestal e plano de restrição ao uso de aeronaves poluidoras.

Segundo Jaciara Moreira, a licença ambiental reflete o compromisso da gestão com o desenvolvimento sustentável. “Esse foi o pontapé que faltava para que o desenvolvimento venha com responsabilidade para Feira. Um aeroporto moderno é fundamental para integrar a cidade às principais rotas comerciais”, afirmou.

Críticas à atual estrutura

Em audiência pública realizada na Câmara Municipal de Feira de Santana em 27 de março de 2025, o professor José Renato Sena, da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), criticou a ampliação limitada da pista e ressaltou a demanda reprimida no terminal.

Citando estudos do Laboratório de Transportes da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), ele afirmou que o aeroporto poderia receber até 964 mil passageiros por ano até 2052, caso a infraestrutura fosse adequada. “Não é verdade que o aeroporto de Feira não tem demanda. O que falta é estrutura. A pista precisa ter 2.200 metros de comprimento por 45 metros de largura para suportar aeronaves maiores”, defendeu. Sena também apontou a limitação do pátio, com apenas duas posições de parada, e a necessidade de reforço da pista de táxi.

Interrupção das operações comerciais

A Azul Linhas Aéreas, última companhia a operar no aeroporto, suspendeu os voos para Recife em julho de 2024, alegando ajustes na malha aérea. A operação havia sido iniciada em 2022, por meio de parceria com o Governo da Bahia, com voos regulares cinco vezes por semana.

Antes disso, em dezembro de 2023, a Voepass Linhas Aéreas encerrou os voos para Salvador. Na época, a ocupação média das aeronaves era de apenas 32%.

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