‘Democracia corre risco como na ascensão do nazismo’, alerta Lula em encontro no Chile

‘Democracia corre risco como na ascensão do nazismo’, alerta Lula em encontro no Chile

Redação Alô Alô Bahia

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José Mion/Alô Alô Bahia com informações da Agência Brasil

Ricardo Stuckert/PR

Publicado em 22/07/2025 às 09:13 / Leia em 3 minutos

Durante visita ao Chile nesta segunda-feira (21), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva alertou sobre os riscos que a democracia enfrenta atualmente, comparando o avanço do extremismo político à ascensão do Partido Nazista na Alemanha dos anos 1930. A declaração foi feita a jornalistas após a reunião de alto nível sobre a defesa da democracia, promovida pelo presidente chileno Gabriel Boric, em Santiago.

“Por que que nós estamos fazendo esse movimento? Porque a democracia corre risco com o extremismo como ocorreu na fundação do Partido Nazista, com a questão da ascensão do Hitler. O que nós queremos é democracia, não importa que seja de direita, que seja de esquerda, que seja de centro. O que nós queremos é o exercício da democracia, com tolerância, com respeito à diversidade, com respeito ao pensamento ideológico, com respeito à cultura de cada país, a cada religião. É isso que eu quero para o Brasil”, afirmou Lula.

O evento, intitulado “Democracia Sempre”, contou com a presença dos presidentes da Colômbia, Gustavo Petro; da Espanha, Pedro Sánchez; e do Uruguai, Yamandú Orsi. Após uma reunião fechada entre os líderes, eles participaram de um encontro com representantes da sociedade civil, acadêmicos e centros de reflexão sobre políticas públicas. As discussões abordaram três eixos principais: a defesa da democracia e do multilateralismo; o combate às desigualdades; e os impactos das tecnologias digitais e da desinformação no cenário político.

Ao final do encontro, os presidentes divulgaram uma declaração conjunta, reforçando compromissos em defesa da democracia. O documento, publicado pelo Itamaraty, destaca a necessidade de um multilateralismo mais inclusivo e participativo, defende a reforma da governança global e o fortalecimento de uma diplomacia baseada na cooperação entre Estados que compartilham os princípios democráticos, de justiça social, direitos humanos e soberania.

Escalada de tensões comerciais

A reunião em Santiago ocorreu em meio ao aumento das tensões comerciais globais, impulsionadas por medidas adotadas pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que vem impondo tarifas a diversos países, incluindo o Brasil. Questionado sobre o tema, Lula minimizou os impactos imediatos e defendeu o diálogo.

“Nós não estamos numa guerra tarifária. Guerra tarifária vai começar na hora que eu der a resposta ao Trump, se não mudar de opinião. Porque as condições que o Trump impôs não foram condições adequadas”, disse o presidente.

Lula também destacou a importância da atuação diplomática e da mobilização do setor produtivo para enfrentar o impasse. “Eu estou com uma certa tranquilidade. Primeiro porque eu tenho o Ministério do Exterior trabalhando isso. Eu tenho uma pessoa da qualidade do Alckmin trabalhando isso. E os empresários têm que entender que antes dos governos tentarem resolver, os empresários brasileiros precisam conversar com os seus contrapartes nos Estados Unidos, porque quem vai sofrer com isso são os próprios empresários”, concluiu.

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