Cultura afrodiaspórica é tema de encontros gratuitos no Goethe-Institut de Salvador

Cultura afrodiaspórica é tema de encontros gratuitos no Goethe-Institut de Salvador

Redação Alô Alô Bahia

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José Mion/Alô Alô Bahia

Divulgação

Publicado em 22/07/2025 às 12:01 / Leia em 2 minutos

O Goethe-Institut Salvador-Bahia recebe, entre os dias 23 e 25 de julho, o evento “Falares Crioulos – Dicções”, um ciclo de conversas e masterclasses que reúne artistas e intelectuais afrodiaspóricos em torno da ideia de “crioulagem”. O conceito envolve cruzamentos linguísticos e culturais moldados por experiências coloniais, deslocamentos e formas de resistência. Com curadoria e mediação do multiartista Diego Araúja, o evento marca o início do projeto “Os Salitres – 2ª crioullage”, obra artística em desenvolvimento com estreia prevista para 2026.

A programação, gratuita e aberta ao público, acontece nos dias 23 e 24 de julho (quarta e quinta-feira), das 15h às 18h, e no dia 25 (sexta-feira), às 16h. A abertura contará com uma biografia falada de Dorothée Munyaneza (Ruanda – Reino Unido) e uma masterclass com Simone Lagrand (Martinica). Nos dias seguintes, participam Laís Machado (Bahia, Brasil) e Bonaventure Ndikung (Camarões – Alemanha), diretor da Haus der Kulturen der Welt e curador da 36ª Bienal de São Paulo.

Bonaventure Ndikung, Laís Machado, Dorothée Munyaneza, Diego Araúja e Simone Lagrand

“O Falares Crioulos não é um seminário tradicional, mas uma partilha de dicções, vozes que carregam vivências plurais da diáspora. Interessa-nos pensar que língua é essa que pode nascer do entre-lugar, dos atravessamentos entre África, Caribe, Brasil e Europa”, afirma Diego Araúja.

Segundo o artista, a proposta nasce de uma ficção especulativa em que um grupo de intelectuais afrodiaspóricos, inspirado pelas lutas de independência africanas dos anos 1960, cria o Congresso de Sal, um movimento dedicado à invenção de uma nova língua, não marcada pelo trauma colonial. Araúja aprofunda essa discussão em sua pesquisa de mestrado, na qual investiga a “crioullage” como método cênico e político, abordagem que já desenvolveu em sua obra anterior “QUASEILHAS”, considerada a primeira peça autoral brasileira falada integralmente em yorùbá.

Para Friederike Möschel, diretora do Goethe-Institut Salvador-Bahia, o evento reafirma o papel da instituição no incentivo a diálogos culturais decoloniais: “É um privilégio para o Goethe-Institut sediar esse projeto, que se conecta com pesquisas contemporâneas sobre linguagem, arte e memória”.

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