O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou, neste domingo (20), que não pretende renunciar ao mandato na Câmara dos Deputados. Filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, o parlamentar está licenciado desde março deste ano, quando se mudou para os Estados Unidos alegando perseguição política.
Segundo o Regimento Interno da Câmara, o prazo de 120 dias de licença expirou ontem. Caso não retorne ao Brasil, Eduardo Bolsonaro pode ter o mandato cassado por faltas não justificadas.
Durante uma live nas redes sociais, o deputado declarou que pretende continuar no cargo por mais três meses. “Eu não vou fazer nenhum tipo de renúncia. Se eu quiser, eu consigo levar meu mandato, pelo menos, até os próximos três meses”, afirmou.
Eduardo é investigado no Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta atuação junto ao governo dos Estados Unidos para adotar medidas de retaliação contra o Brasil e ministros do STF, além de tentar interferir no andamento da ação penal que apura a tentativa de golpe, da qual Jair Bolsonaro é réu.
Na transmissão, Eduardo voltou a criticar o ministro Alexandre de Moraes e ironizou a suspensão de vistos de ministros do STF pelo governo Donald Trump. Também comentou decisão de Moraes que apontou que o deputado “intensificou as condutas ilícitas” e determinou a inclusão de entrevistas e postagens nas redes sociais no inquérito.
“O cara que se diz ofendido [Moraes], ele pega e junta no processo que ele abriu. O cara que vai me julgar, ele vai ver o que eu faço na rede social. Então, você da Polícia Federal, que está me vendo, um forte abraço. A depender de quem for, está sem visto”, disse o deputado.
Eduardo Bolsonaro também defendeu a anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro e declarou estar “disposto a ir às últimas consequências”. “É para entender que não haverá recuo. Não estou aqui para isso”, completou.
Na sexta-feira (18), Jair Bolsonaro foi alvo de operação da Polícia Federal no mesmo inquérito. Por decisão do ministro Alexandre de Moraes, o ex-presidente foi obrigado a usar tornozeleira eletrônica e está proibido de sair de casa entre 19h e 6h. A medida foi determinada após a Procuradoria-Geral da República (PGR) apontar risco de fuga. O julgamento de Bolsonaro no STF, por tentativa de golpe de Estado em 2022, está previsto para setembro.