Apesar das expectativas, o projeto da ferrovia que pretende ligar Salvador a Feira de Santana ainda está em fase de estudos preliminares. Em nota oficial enviada ao Alô Alô Bahia, o Ministério dos Transportes informou que o trecho está incluído entre os seis corredores prioritários selecionados pelo governo federal, mas que os estudos de viabilidade técnica e econômica ainda não foram concluídos.
Segundo a pasta, os trabalhos estão sendo conduzidos pela empresa pública Infra S.A., que também será responsável por revisar e aprovar os resultados. Somente após essa etapa será possível avançar para definições mais detalhadas, como número de paradas, estimativas de passageiros, velocidade média, tempo de trajeto e estrutura dos trens, incluindo itens como ar-condicionado, Wi-Fi, tomadas e banheiros.
O projeto prevê a reativação de linhas já existentes e será desenvolvido dentro do modelo de concessão pública. Atualmente, o trecho está sob concessão da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA). A proposta é diferente da que foi apresentada por uma empresa privada à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), que solicita autorização para construir uma nova linha férrea, com investimento totalmente privado. Essa iniciativa, no entanto, ainda não passou por análise técnica da agência e tampouco recebeu aprovação.
A expectativa da empresa é que o projeto movimentaria cerca de R$ 6,8 bilhões em investimentos, com geração estimada de mais de 60 mil empregos diretos e indiretos. Em plena operação, a linha férrea poderá transportar até 23 milhões de passageiros por ano, promovendo uma nova dinâmica logística e de desenvolvimento urbano na Bahia.
À reportagem do Alô Alô Bahia, o Ministério reforçou que os estudos são fundamentais para garantir não só a viabilidade do projeto, mas também a definição de tarifas acessíveis, assegurando que o serviço seja eficiente e inclusivo para a população.
A ferrovia Salvador–Feira de Santana integra um conjunto de seis projetos selecionados para estudo, voltados ao transporte de passageiros por trilhos em regiões metropolitanas. Também fazem parte do pacote os trechos Brasília–Luziânia, Londrina–Maringá, Pelotas–Rio Grande, Fortaleza–Sobral e São Luís–Itapecuru Mirim.
Leia a nota do Ministério dos Transportes ao Alô Alô Bahia na íntegra:
O Ministério dos Transportes, em um primeiro momento, selecionou seis trechos prioritários com maior viabilidade de implementação, dentre eles o corredor entre Salvador e Feira de Santana, na Bahia. A premissa fundamental para a seleção foi o aproveitamento das linhas ferroviárias existentes.
O referido trecho está sob concessão da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), e os estudos de viabilidade técnica e econômica contratados estão sendo conduzidos com acompanhamento da Infra S.A., que também será responsável por revisar e aprovar os resultados apresentados.
Somente após a conclusão dos estudos será possível definir aspectos operacionais como tempo estimado de viagem, número de paradas, velocidade média, expectativa de passageiros transportados e serviços a bordo, entre eles Wi-Fi, ar-condicionado, lavabos e tomadas. Um dos pontos centrais da análise é o cálculo de tarifas acessíveis à população atendida, de forma a garantir que o projeto seja não apenas viável, mas também inclusivo.
No que se refere à publicações anteriores, trata-se de uma solicitação de autorização para implantação de ferrovia encaminhada à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) pela empresa TIC Bahia Ltda. Este projeto ainda não foi submetido à avaliação técnica e diz respeito à construção de uma nova linha férrea (greenfield) pela iniciativa privada, diferentemente dos estudos conduzidos pelo Ministério, que visam à reativação de trechos existentes no contexto de concessão pública.