Durante discurso no 60º Congresso da UNE, em Goiânia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez duras críticas ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e afirmou que o Brasil não aceitará ordens externas.
A fala ocorre em meio à tensão diplomática provocada pela imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros anunciadas pelo governo americano.
“Não é um gringo que vai dar ordem a esse presidente da República. Eu sei quem eu devo respeitar nesse país. Sei quem manda aqui: o nome dessa pessoa só tem quatro letras: chama-se povo brasileiro”, declarou Lula no evento da União Nacional dos Estudantes.
A resposta foi vista como uma reação direta à carta enviada por Trump, que justificou o aumento das tarifas com críticas à atuação do governo Lula e à condução do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
O presidente brasileiro também responsabilizou o ex-presidente Jair Bolsonaro e o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) pelos prejuízos provocados pelo tarifaço.
“Eles não tiveram preocupação com os prejuízos que essa taxação vai trazer ao Brasil, à indústria e ao agronegócio”, afirmou Lula, durante o congresso estudantil.
“Se trucar, a gente grita seis”, diz Lula
Lula afirmou que o Brasil está aberto a negociações e destacou o papel do vice-presidente Geraldo Alckmin e do chanceler Mauro Vieira no diálogo com o governo americano. Mas reforçou que o país saberá reagir.
“Quando o cara truca, a gente tem que escolher: eu corro ou grito ‘seis’ na orelha dele. Eu estou jogando. O Brasil gosta de negociação”, disse, usando uma metáfora do jogo de truco para ilustrar a postura do governo.
No dia 9 de julho, Donald Trump anunciou uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, afirmando que a medida foi motivada pelo tratamento que o Brasil tem dado a Jair Bolsonaro. Em resposta, Lula declarou que o Brasil é um país soberano, com instituições independentes, e que qualquer retaliação comercial será respondida com base na Lei de Reciprocidade Econômica.