Reconhecida por seu olhar sensível e inovador, a arquiteta Arilda Cardoso Sousa teve sua trajetória eternizada em um livro inédito, “Arilda – arquiteta, urbanista, paisagista”, lançado nesta quarta-feira (16), em Salvador. A obra, organizada pelos professores José Carlos Huapaya Espinoza e Alex Pajeú, reúne projetos, plantas e depoimentos que contam a história de mais de 60 anos de atuação da profissional, considerada uma das pioneiras da arquitetura baiana.
O lançamento aconteceu em um cenário simbólico: a Academia Villa Forma, prédio restaurado a partir de um projeto da própria Arilda. A cerimônia reuniu familiares, amigos e admiradores do trabalho da arquiteta, responsável por obras emblemáticas como o Plano de Áreas Verdes de Salvador, Parque da Cidade, Praça do Campo Grande e a restauração de casarões históricos do Rio Vermelho, incluindo o atual Hotel Catharina Paraguaçu, um dos símbolos de seu amor pelo bairro bairro.
Filha da arquiteta e diretora da Villa Forma, Carol Sousa conversou com o Alô Alô Bahia e falou sobre a emoção de ver o legado de sua mãe registrado em livro. Para ela, mais do que uma homenagem, a publicação é a materialização de um amor de sua mãe pela arquitetura e pela natureza.
“Minha mãe fez muita coisa para Salvador e para a Bahia, acho que isto é de grande importância para nossa cidade e estado. Sempre trabalhou com respeito máximo pela natureza e a valorização da história, priorizando acima de tudo a restauração, para preservar o legado que encontrou”, conta Carol.
Alex Pajeú, Carol Sousa, Sara Sousa e José Carlos Haypaya (Foto: Divulgação)
Arilda também marcou história como uma das primeiras mulheres da Bahia a se formar em arquitetura, em 1959, pela Universidade Federal da Bahia (Ufba). “Ela foi a quinta mulher a se formar em arquitetura na Bahia. Sempre foi inspiração para colegas e estudantes, por ser criativa, estudiosa e não seguir modismos. Até hoje recebemos pedidos de alunos querendo visitar seus projetos”, diz a filha.
Livro Arilda foi lançado no prédio da Academia Villa Forma, no Rio Vermelho (Foto: Divulgação)
Com o apoio da Editora da Universidade Federal da Bahia (Edufba), o livro, que por enquanto pode ser adquirido por R$ 120,00 na academia Villa Forma, é visto por Carol não apenas como uma homenagem à mãe, mas como um registro histórico importante para a cidade. “Minha mãe sempre foi discreta, achava que não precisava ‘falar’ sobre suas obras, mas hoje sabemos o quanto era necessário registrar e compartilhar seu legado”, finaliza.
Dan Maior, Carol Sousa e Elano Passos (Foto: Divulgação)
Gegê Magalhães e Carol Sousa (Foto: Divulgação)
Carol Sousa, Fernando Guerreiro, Sara Sousa e Anna Valeria (Foto: Divulgação)
